segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

MENINAS de Lisélia de Abreu Marques


Minha alma menina
trança, inocentemente,
os meus cabelos brancos
e como duas crianças
rimos alegremente,
celebrando a nossa
eterna infância.

domingo, 30 de dezembro de 2007

DENTRO E FORA de Lisélia de Abreu Marques

A matéria física (nosso corpo, nosso planeta, nosso universo) é a última fronteira da Criação. Após a matéria existe o vazio. A criação - a Vida, se origina em Deus. Deus é a Consciência, a"energia" de mais alta freqüência de vibração. Da mais alta à mais baixa freqüência, se constitui a Criação a partir de Deus até a matéria física. As faixas vibracionais, são a grosso modo como estações de rádio e TV, são freqüências. Um exemplo muito distante, mas só para dar uma idéia, são os estados da matéria com relação à àgua ( gelo, água líquida e vapor). Tudo é água, embora esteja em estados da matéria diferentes. Matéria e energia são a mesma coisa em freqüências de vibração diferentes. Comparando com a água, a energia seria, analogamente, o vapor e, a matéria, o gelo. Do vapor ao gelo, o gelo seria, neste exemplo, a matéria mais densa e mais distante do centro.
A matéria densa (nosso corpo, nosso planeta, nosso universo) constitui a última fronteira - toda a Criação está "dentro" digamos assim. A nossa noção de espaço e tempo não se adapta a outras realidades, portanto esta noção de dentro e fora é um entendimento primitivo nosso, mas ajuda a imaginar o nosso papel na expansão da Criação. Mais além da matéria está o vazio, logo Deus está "dentro de nós" e não "lá fora".
Deus cria a partir de si mesmo, sendo assim toda a Criação se origina de um "pedacinho" de Deus. Deus é indivisível, logo Ele está em cada pedacinho Dele que originou um novo ser, portanto Ele está em toda parte, em todas as criaturas, em toda a Criação. Deus está em você. Não é necessário ir buscá-lo lá fora, em outra criatura ou em outro lugar. Você é a expressão de Deus, você é a expansão de Deus com individualidade e livre arbítrio para experienciar tudo, enquanto se descobre divino e perfeito. Deus está em cada um, portanto além de divino, cada ser é, também, um templo.
Por sermos todos pedacinhos de Deus, somos todos irmãos e por Deus ser indivisível somos todos um com Ele e com os demais, portanto, todos somos Deus.
O Deus que eu sou reverencia o Deus que você é. Namastê.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

A GALINHA, O OVO E A NOVA ERA de Lisélia de Abreu Marques

Havia um ovo. Ele se sabia ovo desde sempre. Ele tinha sua forma e aparência e assim que era. Havia outros ovos como ele e ser ovo era estar vivo. Este ovo um dia percebeu que algo estava acontecendo, alguma coisa estava mudando, uma energia diferente, um calorzinho novo. Ele pensou logo no aquecimento global. O ovo foi sentindo este calorzinho e foi se sentindo diferente, desconfortável, as coisas estavam saindo do controle. Ele estava com pensamentos estranhos, irritado e não conseguia dormir direito. O ovo começou a sentir medo. Sentia que algo estava acontecendo e que a vida não seria mais como antes. Então o medo fez com que ele começasse a resistir às mudanças. O futuro era incerto, o tempo passava cada dia mais rápido e ele ouvia os outros ovos comentando de que o fim do mundo estava próximo. Ele ouviu falar em nova era e mudanças globais de larga escala. Ele ouviu falar em morte. Os ovos comentavam que o aquecimento global iria provocar o fim da civilização dos ovos, que uma nova era iria surgir e eles, os ovos, não iriam sobreviver. Ele realmente estava muito assustado. O ovo decidiu então resistir às mudanças, ele era um ovo e iria lutar até o fim para que a vida como ele conhecia não se acabasse. E quanto mais o ovo resistia às mudanças, mais ele sofria, era um esforço tremendo para controlar as coisas. A vida estava mudando, já não era mais a mesma, e por mais que se esforçasse parecia que tinha perdido o controle. O esforço para manter tudo como antes, era desgastante e inútil, ele se sentia um perdedor, estava fraco e deprimido. Chegou ao fundo do poço, não tinha mais forças, nem esperança e pediu ajuda. Rezou à Grande Galinha, a Deusa de todos os ovos. Pediu proteção, ajuda, disse que estava se sentindo fraco e sozinho. Chorou, chorou muito. O ovo, já sem forças para lutar ia se entregando à depressão. Então, numa noite teve um sonho, sonhou que a grande galinha falava com ele. Ela dizia: Meu filho amado, você é perfeito e a ti estão prometidos todos os tesouros. Não lute contra a vida e contra as transformações. A vida é movimento. Se permita ser levado pelo rio da vida e fluir com ele. A morte não existe, é apenas uma transição para uma vida maior. A vida que você leva hoje é passageira, não é a sua verdadeira vida. Você não é um ovo e pronto. Sua verdadeira essência é ser uma galinha como eu. Você é meu filho, feito minha imagem e semelhança. Se deixe ser aquilo que você nasceu pra ser. O ovo acordou do seu sonho emocionado, uma nova esperança tocava seu coração. Ele sentiu coragem para se entregar às mudanças. Sentia o calorzinho da energia da evolução tocar em sua casquinha e lembrava de seu sonho e repetia : “ Se deixe ser aquilo que você nasceu pra ser.” E assim foi, o ovo relaxou e a vida ficou mais leve, ele se pegava cantarolando: ... “deixa a vida me levar, vida leva eu” do Zeca Pagodinho e se sentia mais descontraído e mais bonito. O desgaste que ele tinha, tentando controlar tudo, havia diminuído e ele tinha mais energia pra curtir a vida. Ele percebeu que quando parou de gastar energia lutando contra a morte sobrou mais energia pra viver a vida. O tempo foi passando e um dia, algo horrível começou a acontecer. Os ovos, seus amigos, que toda a vida compartilharam o mesmo ninho que ele começaram a se quebrar. Era horrível, uma desolação - ovos partidos, casquinhas pra todo lado, um vazio, não havia nada dentro deles, ele se sentiu apavorado, os ovos que ainda estavam inteiros começaram a se lamentar e se voltar contra a grande galinha, dizendo que ela os tinha abandonado e que ela, na verdade, nem existia, porque se existisse não permitiria tanta destruição. O ovo estava desolado, ele lembrava do sonho e duvidava de si mesmo. Pensava: - como pode ser? E as promessas que sempre ouvimos de salvação? Eles sempre foram ovos bonzinhos, bons amigos, corretos, não é justo que isto aconteça com eles. A destruição, a morte , o desespero e o caos era só o que se via e sentia. O ovo estava confuso, apesar de toda aquela desgraça ele ao mesmo tempo se sentia leve, parecia que a vida estava melhor, mesmo estando pior, ele não entendia. Havia um equilíbrio dentro dele, mesmo com os ovos “morrendo” ao seu lado ele sentia uma paz profunda como jamais havia sentido antes, era quase um estado de graça e então, ele ouviu um estalo e outro, e passivo apenas observava e aceitava as coisas como estavam sendo naquele momento. Ele estava presente no aqui e no agora intensamente; e de repente uma luz muito grande surgiu e irritou seus olhos, ele respirou uma brisa fresca e quando ele conseguiu abrir os olhos um mundo de cores e formas jamais percebidas, apareceram ao seu redor. Era um mundo enorme, sem fim, rico, com milhões de formas de vida, antes inimagináveis. E ela estava lá, a grande galinha e olhava pra ele. Então ele perguntou: - eu morri? Estou no céu? E a galinha carinhosa respondeu: - Não meu filho você nasceu, você se tornou aquilo que você foi criado para ser. Olhe pra si mesmo e veja. Então ele se olhou e viu que era um pintinho e se parecia muito com a grande galinha. E ele perguntou: e os meus amigos, o que aconteceu com eles? Então ela se afastou e ele pode ver atrás dela todos os seus amigos ovos, que haviam tido suas casquinhas quebradas, também pintinhos como ele. E foi uma alegria tão grande, tão grande... Foi emocionante! Tudo fez sentido, ele entendeu então porque as coisas tinham acontecido daquela maneira, porque os ovos precisavam morrer para os pintinhos nascerem e serem livres pra crescerem e se tornarem aquilo que eles foram criados pra ser. Ele entendeu que o que parecia destruição e caos era transformação. A galinha e os demais pintinhos saíram passeando com ele pelo jardim e mostraram as sementes morrendo para o nascimento do broto, mostraram o sol irradiando energia transformadora para que isto acontecesse, mostraram outros pintinhos mais velhos perdendo sua plumagem para que as penas permanentes surgissem e ele foi entendendo tudo, entendendo como morte e vida são a mesma coisa, como tudo segue o fluxo de transformação. Então ele parou e pensou e perguntou pra galinha: - Mãe, por que quando eu era ovo não via nada disso? Então cheia de amor a galinha respondeu: Quando você era ovo, você tinha uma casquinha em volta que limitava sua percepção da realidade mais ampla, você vivia enclausurado naquela casquinha que impedia que você percebesse a luz do dia brilhando com toda a sua intensidade, a casquinha, o seu corpo físico durante aquele estágio de desenvolvimento limitava a sua percepção. O pouco que você ouvia daqui, chegava lá destorcido e abafado. Quando eu falava com você, você achava que era sonho. Quando seus irmãos que haviam rompido a casquinha se aproximavam de você, você não os via e quando sentia a presença deles, achava que eram fantasmas. Este período de ovo é uma fase muito difícil, porque as limitações impostas pelas condições de ovo dificultam o contato com o mundo aqui. E o medo do desconhecido, o apego a vida de ovo, a resistência à mudança, às vezes até afasta um ovo dos demais e, isolado, mais longe, mais frio fica e mais solidão sente o ovo. É um momento passageiro, de transição, mas quando o ovo se apega muito a este estágio da vida, fica mais difícil pra ele se permitir transformar pelo calor da evolução. Veja, meu filho, o seu ninho, ainda têm ovos lá que estão amadurecendo e nós aqui estamos torcendo pra que eles se entreguem ao calor da evolução e logo possam estar pintinhos como vocês. Então o pintinho olhou pros seus irmãos ainda ovos com muito amor e olhou pra si e pro seus irmãos pintinhos e pensou: - então é verdade, “nós somos aqueles por quem esperávamos” e todos juntos se aproximaram da galinha e com o calor dos corpos deles, todos unidos, assistiram os últimos ovos eclodirem.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

ENTREGA E CONTROLE de Jeshua

"...Por controle, eu quero dizer: a vontade de exercer poder sobre a vida, forçando o fluxo de acordo com os seus desejos, com o que você percebe como certo e justo. Por que você quer exercer controle sobre a sua vida, vivendo continuamente em tensão e ansiedade por causa disso? A fonte do controle é o medo. O medo está profundamente enraizado na estrutura da sua vida: na sua educação e na sociedade. Os mecanismos de controle estão presentes em todo lugar e lhe são ensinados como bons hábitos. Aparentemente, você é uma pessoa sensata e racional, se você quer ter controle sobre a sua vida e, conseqüentemente, organizá-la.
A entrega e a imprevisibilidade incutem uma sensação de medo em você. Você associa entregar com desistir, não saber o que fazer, ser dominado pelo caos emocional ou crise. Entretanto, esta é uma concepção muito limitada de entrega. É uma concepção nascida do medo, da consciência baseada no medo. Existe um conceito muito mais positivo de entrega, que indica um estilo de vida, um modo de ser, no qual você leva a sua vida com confiança, sem a necessidade de controlar, forçar ou manipulá-la.
O ego anseia por controle porque ele tem medo. O ego se identifica com imagens que não vêm da alma, mas são alimentadas pelo mundo exterior. O ego está constantemente correndo para preservar sua auto-imagem, seja ela a de um homem de negócios bem sucedido, de uma dona de casa atenciosa, ou de um terapeuta capaz. Ele quer manter essa imagem para ter controle sobre os pensamentos das outras pessoas sobre você. Entretanto, sempre existem momentos em que o ego falha e perde. Este pode ser o caso quando você fica estressado, doente ou quando o seu relacionamento fracassa. O ego considera tais crises – que num certo ponto forçam você a deixar ir e se entregar – como golpes mortais.
Assim, o ego associa entrega com crise. O ego vive numa contínua alternância entre controle e crise. Com freqüência, em momentos de verdadeira crise em sua vida, você é encorajado a olhar para o tesouro escondido dentro de você. Existe sempre um elemento positivo escondido nas crises, que lhe dá um sinal para que você chegue mais perto da sua essência. Dessa forma, a vida está sempre levando-o para mais perto de si mesmo, do seu conhecimento e sabedoria internos, mesmo que você viva de acordo com os ditames do ego. Pois sempre haverá situações em sua vida que o desafiarão a se entregar mais cedo ou mais tarde. A vida está sempre lhe oferecendo oportunidades para escolher a entrega como um estilo de vida.
Você sabe disso. Todos vocês conhecem estes momentos de entrega após uma crise, momentos preciosos de clareza e consciência, nos quais vocês percebem que são levados pelo fluxo de uma respiração divina invisível. Vocês percebem que esse fluxo divino de vida quer o melhor para vocês, e que vocês podem confiar nele, mesmo que ele não lhes traga exatamente aquilo que vocês esperavam. O que vocês todos desejam é viver mais permanentemente de acordo com essa consciência superior; é incorporar esse modo de vida no seu dia-a-dia, sem ter que ser empurrado para ele por profundas crises e desespero. Todos vocês anseiam pela entrega como um estilo de vida.
Todos vocês são guerreiros exaustos. Vocês vêm de uma longa jornada. Algumas vezes vocês se sentem muito velhos e cansados internamente, mas é melhor dizer que vocês estão é muito cansados do velho… Vocês estão buscando um modo de ser que seja isento de esforço – que seja inspirador e, ao mesmo tempo, leve e fluido. A chave é não se esvaziarem em seus relacionamentos, trabalho ou outras metas até “quebrarem” e então serem forçados pela crise a se entregarem. Dêem um passo adiante, ou dêem um passo para trás, e focalizem um estilo de vida que é sempre marcado pelo desapego, confiança e entrega. Entregar-se significa: não lutar, não resistir, mas seguir o fluxo da vida, confiando que a vida lhes dará exatamente o que vocês precisam. Confiem que as suas necessidades são conhecidas e serão satisfeitas. Aceitem o que está na vida de vocês neste momento e estejam presentes nisso. É sobre este modo de vida que eu gostaria de falar, porque seu anseio por ele é profundo e sincero. É um anseio espiritual que vem da alma de cada um de vocês, do fluxo divino no interior de cada um de vocês.
BLOQUEIOS NO CAMINHO DA ENTREGA: TRÊS FALSOS DEUSES
O PRIMEIRO ÍDOLO: DEUS COMO UMA AUTORIDADE ACIMA DE VOCÊS.
O primeiro falso deus é o próprio Deus, isto é, Deus concebido como o senhor e mestre da criação. Esse tipo de Deus é uma construção humana, uma imagem de Deus que tem influenciado profundamente a sua cultura.
Muitos de vocês pensam que se desapegaram desta imagem tradicional de Deus. Vocês dizem a si mesmos que não acreditam mais em um Deus julgador, que castiga, que se coloca muito acima de vocês e mantém um registro dos seus sucessos e falhas, como um professor escolar. Vocês dizem que acreditam num Deus de Amor, que os perdoa o tempo todo e que cuida de vocês e os encoraja. No entanto, na forma rígida e sem amor com que vocês freqüentemente tratam a si mesmos, este velho Deus ainda está muito vivo! Vocês não dizem muitas vezes a si mesmos que falharam, que não estão certos, que deveriam ter progredido mais, seja na área dos relacionamentos, do trabalho, ou da espiritualidade? Vocês se torturam com idéias do tipo: eu não correspondo às expectativas de Deus, eu estou decepcionando os meus guias espirituais ou o meu eu superior, eu falhei na minha missão, eu não estou contribuindo com nada de significativo para o mundo.
Muitos de vocês acreditam – secretamente, por assim dizer – que existe uma ordem superior à qual vocês devem atender ou obedecer. Seja uma “missão da alma” ou um “caminho de vida” que foi estabelecido para vocês, ou uma hierarquia espiritual que lhes atribuiu um “dever”, ou um guia espiritual que lhes diz o que fazer ou aonde ir… em todos esses casos, vocês acreditam na existência de uma autoridade superior, um nível espiritual acima de vocês, ao qual é bom que vocês ouçam. Mas, no momento em que vocês acreditam em uma autoridade externa a vocês mesmos, que tem a capacidade de lhes oferecer orientação sobre o que vocês deveriam fazer na vida, nós estamos de volta ao Deus tradicional. De acordo com essa imagem, existe um nível da verdade, no qual as coisas são fixas e determinadas, e tudo o que vocês podem fazer é viver de acordo ou não com isso. Esta é uma falsa imagem.
Certamente, quando você nasce, existem intenções na sua alma para a vida à sua frente. Pode-se chamar isto de propósito elevado para esta encarnação, mas isso não foi ordenado por ninguém externo a você. Foi você mesmo que o escolheu e nasceu dos seus próprios desejos e anseios. As coisas na sua vida que são “pré-determinadas” – no sentido de terem muita possibilidade de acontecer, pois nada está completamente fixado – foram criadas e escolhidas por você. Você pode se conectar com o seu propósito de vida ou inspiração mais elevada a qualquer momento, ouvindo os seus sentimentos, a voz do seu coração, os seus anseios mais profundos. Eu o aconselho a não ouvir demais as doutrinas espirituais que estão cheias de regras sobre como você deve viver. Ouça especialmente a sua assim chamada parte inferior: as emoções poderosas que se manifestam em você no seu dia-a-dia. Através dessas emoções, a sua alma está tentando se conectar com você e lhe dizer alguma coisa.
Se você quiser saber o que a sua alma quer lhe dizer neste momento, olhe para as emoções que freqüentemente se repetem na sua vida e que mais o absorvem. Olhe para elas de um modo amável mas honesto. Não acuse ninguém mais pelas suas emoções, não preste atenção a causas externas a você; veja-as como resultado das suas próprias escolhas. Por exemplo, se você está sempre zangado e aborrecido, de onde isso vem? Existe algo que está lhe fazendo falta? O que a raiva lhe diz? Qual é a mensagem escondida dentro dela? É uma sensação de não ser reconhecido ou valorizado pelos outros? Você está com medo de lhes mostrar quem você é? Está com medo de defender a sua verdade? Você esconde os seus sentimentos com muita freqüência e lhe é difícil estabelecer claramente os seus limites? Freqüentemente, através da raiva, uma mensagem autêntica está gritando para você: um anseio de ser quem você é, de mostrar a energia original da sua alma para o mundo. Se você reconhece o anseio da sua alma através da raiva, você está enxergando o seu eu angélico brilhando através da sua criança interior.
O anjo dentro de você é o “eu superior” que quer conectar-se com a realidade física, encarnar e irradiar sua luz sobre a realidade da Terra. É a parte conhecedora. A sua criança interior é a paixão da própria vida: é desejo, emoção e criatividade. É a parte que experiencia, a parte experimentadora. A sua parte criança é o seu “eu inferior”. A criança interior é uma fonte de alegria e criatividade, quando ela vive em harmonia com o seu anjo interno. Mas se ela se desvencilha dos cuidados amorosos do anjo e sai à deriva, ela se torna a fonte de emoções descontroladas. A raiva transforma-se em ódio e vingança. O medo se degenera em defesa, neurose e frustração. A tristeza se deteriora em depressão e amargura. As emoções originais são indicadores… mensagens da sua parte experimentadora. É essa criança que, através das emoções, estende as mãos para o seu anjo interno. As emoções expressam a experiência pura, desconhecida. Elas são uma expressão do mal-entendimento. É através da conexão com o anjo que as emoções podem ser tomadas como indicadores e compreendidas. Desta forma, as emoções tornam-se instrumentos de transformação e exploração: o “eu inferior” enriquece e realiza o eu superior, ao suprir a parte conhecedora com conteúdo sentido. O seu anjo interior se anima e experiencia uma alegria profunda, quando lhe é permitido iluminar a criança. E quando o seu eu superior irradia sua luz desta forma, o seu corpo emocional se aquieta e adquire equilíbrio. O fruto do fluxo conjunto do anjo e da criança é um conhecimento intuitivo, interno, que pode permear a sua vida com luz e ausência de esforço.
Os seus princípios superior e inferior – o anjo e a criança – formam um todo orgânico e significativo. Portanto, os conceitos de “superior” e inferior” não são realmente corretos. Na verdade, trata-se de um jogo alegre entre “saber” e “experienciar”. Esse inter-relacionamento, esse exercício de influência recíproca, é que leva à sabedoria verdadeira e encarnada (no sentido de oposta à teórica).
Para obter orientação sobre a sua vida no momento presente, você pode se dirigir, de preferência, à sua criança interior. Ao lhe dar a atenção que ela precisa, você preenche-a com sua consciência mais elevada, com o toque do anjo. Para ilustrar esta situação, vamos voltar ao exemplo anterior, no qual eu falei da raiva e irritação. Uma vez que você tenha se conectado com essas emoções e imaginado-as como uma criança, você pode convidar essa criança a vir até você. Você pode lhe perguntar com o que ela está zangada ou aborrecida, e o que ela precisa de você para se curar. Deixe que a criança lhe responda e permita que ela se expresse muito claramente. Imagine-a conversando com você de uma forma muito viva, alegre, com uma expressão facial nítida e com uma clara linguagem corporal. Talvez ela lhe dê respostas específicas, do tipo “Quero que você largue o seu trabalho!” ou “Quero ter lições de dança!”, ou talvez sejam respostas mais genéricas, como “Preciso brincar e relaxar mais” ou “Não posso ser boazinha o tempo todo, você sabe!” Leve a resposta a sério e viva de acordo com ela, tanto quanto possível. Talvez você não possa fazer instantaneamente as coisas que a sua criança interior deseja, mas você pode começar devagar e passo a passo a realizar os seus anseios.
Se você abraça com amor e aceitação a sua criança interior que está zangada, assustada ou triste, ela é tocada pelo seu anjo interior e o resultado é que a sua alma fala com você. Comece com as emoções; descubra os verdadeiros desejos por trás dessas emoções, e encontre um modo de realizá-los passo a passo.
Na imagem que estou descrevendo de um anjo e uma criança internos, não há nenhum espaço para a figura de um Deus autoritário. O “superior” e o “inferior” complementam um ao outro, em um relacionamento que evolui dinamicamente. O anjo não impõe nenhuma regra à criança, e a criança também não tem autoridade sobre o anjo. É através da influência recíproca entre ambos que você descobre o que é certo para você neste momento.
Você encontrará os objetivos da sua vida através dessa ligação íntima entre o anjo e a criança. Nesta conexão, você descobre o que realmente mexe com você e leva-o adiante. Nenhuma autoridade externa pode substituir essa conexão ou fazer essa conexão por você. Um professor só pode lhe indicar essa área interna sagrada, onde você pode permitir que a sua criança interior seja cuidada e inspirada pelo seu anjo interior. Nessa área, você descobre quem você é e qual é a sua paixão. Diretrizes gerais sobre como viver uma vida espiritual são quase sempre inadequadas, ou pelo menos não são de natureza universal. A verdade não tem forma. Cada criatura tem sua própria forma, seu próprio modo de viver a Verdade. Este é o milagre da sua essência de alma única. Os verdadeiros professores espirituais não ensinam específicos “faças” ou “não faças”, tais como “não coma carne” ou “medite duas horas por dia”. Um verdadeiro professor sabe que tudo se trata de cada um encontrar a sua própria verdade, em profunda comunhão consigo mesmo. Os professores podem indicar o que foi útil a eles, no caminho deles, mas não transformarão isso numa regra ou dogma.
Se você der uma olhada na forma em que Deus foi retratado na maioria das suas tradições religiosas, vai perceber que isso é exatamente o que acontece com elas. A maior parte é constituída por tradições de medo e abuso de poder. A necessidade de regras e dogmas claramente restritivos e a tendência a organizações hierárquicas sempre mostram que o medo e o poder estão em jogo. No entanto, a mesma coisa acontece com a espiritualidade da nova era. Tomem por exemplo as inúmeras predições e teorias especulativas em circulação atualmente. Se você vai atrás disso sem consultar seus próprios sentimentos básicos a respeito, você pode ficar inseguro e começar a se perguntar “será que estou fazendo as coisas direito?”, “e se eu perder o barco (ou astronave…) em 2012?” ou “será que o estado dos meus chakras está suficientemente puro para eu entrar na 5a dimensão?” Este tipo de perguntas com certeza não é útil para o seu crescimento interior. Eu lhe peço: volte-se para dentro de si mesmo. Não focalize o movimento dos planetas e estrelas, as mudanças climáticas, ou o julgamento de um “mestre ascensionado”, para determinar o seu próprio nível de auto-realização. Você é o centro do seu universo, o padrão e a pedra de toque do seu mundo. Não existe nenhum Deus externo a você, que sabe melhor ou que determina as coisas para você. O Deus, que antigamente você projetou fora de você, não só reside dentro de você, como também não é onisciente. O princípio divino que existe em você e em toda a criação é uma força alegre, que cresce e evolui de forma aberta e imprevisível.
Nesta imagem, o “inferior” tem uma razão indubitável para existir; ele é o combustível para o crescimento e a realização. Luz e escuridão têm seus próprios papeis, e é na aceitação de ambas que você se ilumina. A aspiração de alguns grupos espirituais de alcançar a luz de um modo unilateral, ignorando ou lutando contra a escuridão, cria desequilíbrio e uma resistência sutil (e desprezo) pela vida na Terra.
Fazer coisas erradas, cometer enganos, é correto e pode até lhe trazer um crescimento maior do que tentar evitar erros. Nas “coisas ruins” existe uma semente de luz adormecida. Somente vivenciando o ruim do seu interior, é que você pode experienciar o bom como bonito, puro e verdadeiro. Você não pode aprender a partir do “não ter”. Você, Deus dentro de você, mergulhou nas profundezas (na realidade material) para se tornar conhecedor através da experiência, não para aplicar o conhecimento à experiência. Neste sentido, não existem muitas coisas que são não-espirituais. Toda experiência é sagrada e significativa. Não se deixe guiar por leis externas, que determinam o que é saudável, certo e espiritualizado para você fazer. A pedra de toque é o seu próprio coração: se ele sente que é certo para você, então está bem. Libere qualquer outra coisa.
O SEGUNDO ÍDOLO: OS PADRÕES E IDEAIS DA SOCIEDADE.
Outro falso deus que o afasta da energia original da sua alma é a “sociedade”: os padrões e os valores que controlam o seu mundo social lhes são transmitidos através da sua criação, educação e do ambiente em que você trabalha. Muitos dos ideais da sociedade estão enraizados no medo, na necessidade de controlar e estruturar a vida, para que ela se transforme num playground perfeitamente organizado. Muitas regras de comportamento não são tão inspiradas no que as pessoas verdadeiramente sentem e experienciam, mas na impressão que se tem de fora.
Tentar viver segundo tais padrões externos de conduta pode lhe causar uma grande pressão. Pense no medo de “não se ajustar”, de não ter realizado o suficiente, de não ser suficientemente bonito, de não ter nenhum relacionamento, etc, etc... Quando você se compara com imagens irreais de sucesso e felicidade, a sua energia criativa fica emperrada e você não se sente mais à vontade neste mundo.
Por causa desses “faças” e “não faças”, que se tornaram como uma segunda pele, você mal se atreve a explorar a sua criatividade original. Você tem medo de dar um passo para fora da trilha conhecida. Mas é justamente esta energia original da alma, a energia que quer fluir unicamente de você, que é tão bem-vinda na Terra! É esta parte de você que tem o propósito de provocar a transformação da consciência na Terra, neste momento.
Conectar-se com os seus impulsos criativos e expressá-los à sua maneira única, exclusiva, muitas vezes exige que você se desvie dos objetivos e ideais da sociedade. Pode ser, por exemplo, que o seu ritmo natural de explorar a si mesmo e depois se expressar no nível material não se ajuste aos esquemas da sociedade relacionados a como e quando alcançar certas coisas na vida. Pode ser que primeiro você passe por um longo processo de se conhecer profundamente, sem conseguir ou produzir nada no nível externo. Embora isto possa dar às pessoas a impressão de ineficiência ou fracasso, você pode estar trabalhando muito duro no nível interno, descobrindo várias coisas valiosas a respeito de si mesmo. Dê-se um tempo para descobrir quem você é, para onde a sua energia natural o conduz, e para integrá-la no seu ser físico e emocional. Não dê atenção para o sucesso externo. Focalize aquilo que você sente que é bom e correto para você, aquilo que faz com que você se sinta relaxado e inspirado. Se você encontrar este modo de viver e experienciar paz e quietude internas, você vai ter mais facilidade para entrar em contato com a energia natural da sua alma.
As pessoas têm muito medo daquilo que a sociedade determina e espera delas. O estranho nisso é que a “sociedade” como tal nem mesmo existe. O que nós temos é uma grande quantidade de pessoas juntas, cada uma com seus desejos sinceros e com seus medos profundamente assentados. Todos desejam ser livres, no sentido mais profundo da palavra; simplesmente ser quem eles são, sem medo de serem julgados pelos “outros”. Portanto pense de novo sempre que você estiver dando muita atenção ao que os outros pensam de você. Você também está sendo o pior inimigo dos outros, pois, ao se sujeitar às regras deles e temer seus julgamentos, você mantém vivos os falsos ideais e sufoca ainda mais a si mesmo e aos outros. Você se transforma em “sociedade” para alguém mais.
Especialmente vocês, que são os pioneiros da Nova Era, podem ser um exemplo para as pessoas que estão presas no medo. Você é um exemplo quando realmente apóia a si mesmo, ouve com atenção os seus sentimentos, vive de acordo com eles e se liberta dos julgamentos externos. Estes julgamentos nascem do medo, não do amor, e freqüentemente baseiam-se em regras e códigos antigos dos quais ninguém mais se lembra qual é a verdadeira origem. Estes velhos padrões, que não têm mais nenhuma conexão com o coração humano, esperam para ser transformados a partir do interior, por pessoas que ousam abrir novas perspectivas. A sociedade espera por você, espera por ideais e padrões inspirados que ajudem as pessoas a se conectar com seus corações e com seus verdadeiros desejos. Você contribui para a transformação da consciência coletiva sendo um exemplo de amor em vez de um seguidor do medo.
Atreva-se a convidar a sua parte brincalhona, infantil para entrar. Entre em contato com a sua criança interior com freqüência, pois ela sabe muito o bem o que quer. Muitas vezes você quase não consegue perceber o que o seu coração deseja verdadeiramente e sente como se tivesse perdido sua paixão. Isto porque você não deixa a sua criança brincar, fantasiar nem sonhar mais. Quando você se mede por códigos externos (o que é apropriado para a minha idade, para o meu gênero, para o meu status social?) você se limita e não permite que a criança, o sonhador o visionário, levem você para fora dos limites e o conectem com o seu “código interno”.
Todos vocês nasceram com uma inspiração, um desejo de manifestar alguma coisa na Terra, tanto para si mesmos quanto para os outros (a “sociedade”). Você não veio aqui para viver numa torre de marfim. Você faz parte da consciência coletiva da Terra e veio aqui para ser um líder e inspirador da mudança. Isto vai fazer você feliz e realizado. Quando você se conectar com a sua criança interior e sentir de novo a mágica dessa paixão original, os limites e fronteiras ilusórios desaparecerão e você encontrará seu caminho na vida, de um modo muito mais fácil e leve. Quanto mais você se libertar dos falsos deuses que o mantêm pequeno e medroso, mais você viverá com uma sensação de liberdade e entrega ao coração, e mais o universo o apoiará e lhe fornecerá os meios necessários para que a sua paixão se realize.
O TERCEIRO ÍDOLO:
TER PENA DOS OUTROS E CONCORDAR COM O SOFRIMENTO DELES.
Existe um terceiro falso deus que eu gostaria de mencionar e que talvez seja o que mais os preocupe na sua vida cotidiana. É sentir pena dos seus companheiros, compartilhar a carga dos seus entes queridos, sofrendo junto com eles. Agora, você pode perguntar: como isto pode ser um ídolo? Eu não devo me conectar com os outros, especialmente com os meus entes queridos, e ajudá-los se eu puder? O que eu estou querendo dizer é que todos vocês têm uma tendência de se conectar tão profundamente com as pessoas à sua volta, que acabam mergulhando na dor delas, nos problemas e emoções negativas delas, e perdem contato com a sua própria essência e paz interior. Este tipo de piedade e co-sofrimento não é seu dever, não é benéfico para a outra pessoa e não é correto do ponto de vista espiritual.
Muito daquilo que vocês chamam de “alta sensibilidade” é ser tão aberto para a energia de outras pessoas que ela acaba aniquilando a sua própria. Neste caso, a sua empatia (isto é, a sua capacidade de sentir o humor e as emoções de outras pessoas) não está suficientemente equilibrada, considerando que as energias negativas da outra pessoa pertencem a ela e não a você. Você não está percebendo, com clareza suficiente, que essa negatividade desempenha um papel apropriado na vida da outra pessoa e que você pode iluminá-la através da sua compaixão e compreensão, mas que sofrer junto com ela não serve ao propósito de ninguém.
Naturalmente você gostaria de ver os seus entes queridos levarem uma vida feliz e satisfatória (seja o seu cônjuge, seus filhos, seus pais ou amigos). Você gostaria que eles se sentissem melhor, que seus problemas fossem resolvidos. No entanto, lembre-se sempre que os problemas deles são criações deles mesmos. Problemas de relacionamento, questões financeiras, problemas de saúde, distúrbios psicológicos… tudo isso reflete conflitos internos profundamente estabelecidos na alma. Em algum lugar bem no fundo, as pessoas querem experienciar esses problemas, a fim de esclarecer alguma coisa. Pode parecer que elas são vítimas, principalmente quando ficam correndo em círculos muitas e muitas vezes. Mas geralmente isto quer dizer que elas ainda querem experienciar algum aspecto do problema mais meticulosamente e que ainda não estão prontas para a sua ajuda. Se você tentar ajudá-las assim mesmo, é bem provável que você se torne insistente e controlador e esgote as suas próprias fontes de energia. Então você desiste da entrega como estilo de vida.
Ao doar demais ou inapropriadamente, você gasta a sua energia e se prende emocionalmente à pessoa que você está ajudando. Isto faz com que você se torne dependente da outra pessoa para se sentir bem. As suas energias emocionais se misturam e esta é uma das maiores causas da perda de força, vitalidade e autoconsciência. Poucas coisas podem derrubar a sua energia com tanta facilidade quanto uma sensação persistente de dever, culpa e responsabilidade por outra pessoa.
Em tais “relacionamentos de ajuda”, geralmente aparecem questões de poder, mesmo que ninguém tenha essa intenção. Ao doar demais ou inapropriadamente, aquele que ajuda na verdade está tentando encobrir um vazio interno que passa desapercebido quando se está preocupado com outra pessoa. Ajudar outra pessoa pode fazer com que você se sinta mais forte e mais autoconfiante. Para aquele que recebe toda a sua atenção, essa experiência parece boa e agradável, e ele logo percebe que pode influenciar você com seu estado de espírito e emoções. Ele sabe que, se as coisas piorarem para ele, ele receberá mais atenção de você (porque você deseja ardentemente que ele fique bem). Portanto, o “sofredor” sabe que tem poder sobre você e que vale a pena se manter no papel de vítima. Em um relacionamento deste tipo ocorre uma forte troca de energia que acabará drenando vocês dois, porque não está alinhada com o que as suas almas realmente querem. Não existe nenhuma verdade espiritual na forma com que um está reduzindo o outro a papéis tão limitadores. Aquele que ajuda vai acabar ficando frustrado porque o sofredor não progredirá o suficiente: ele não tem interesse em mudar, pois investiu no papel de vítima. E o sofredor fica cada vez mais preso no seu papel de vítima; ele se enterra cada vez mais profundamente nesse papel, que poderá acabar paralisando-o. Ambos vão ficar com raiva e culpar um ao outro.
Vocês facilmente se simpatizam com as pessoas à sua volta e sentem pena delas. Os trabalhadores da luz, que têm o impulso de irradiar luz e consciência para a Terra, são especialmente sensíveis ao sofrimento dos outros. Para vocês é difícil ver o sofrimento numa escala global, como por exemplo, em regiões do mundo devastadas pela pobreza ou pela guerra, ou a destruição e poluição do ambiente. Mas quando se trata do sofrimento próximo a vocês, no seu ambiente pessoal, vocês são afetados muito mais profundamente. E é principalmente aí que vocês são desafiados a retirar o seu poder.
É importante perceber que você não ajuda ninguém tornando-se menor. Muitas vezes você pensa que, se você absorver e engolir parte das emoções da outra pessoa, você se conectará mais profundamente com ela e assim irá ajudá-la. Como se vocês tivessem dividindo o peso. Mas, ao assumir os problemas do outro, você apenas dobra esse peso. A sombra aumenta. Ao concordar com o sofrimento de outras pessoas, o seu poder fica fragmentado e exaurido pela negatividade delas. Você vai pensar que você mesmo não tem o direito de ser feliz, viver em paz e satisfeito, enquanto elas estão sofrendo. Este é um grave engano. Na verdade, o oposto é verdadeiro.
Ser verdadeiramente útil para alguém significa colocar a sua energia a serviço da solução do problema, não do problema em si. Para fazer isto, você precisa se fazer maior e não menor. Quanto mais autoconsciência e independência você irradia, mais você representa a “energia da solução” e mais você pode ser útil para os outros sem se esgotar. Quando você sofre com eles, na realidade você está apenas confirmando o problema. Se você fica centrado e calmo, sem ressoar com as emoções negativas do outro, você abre uma nova perspectiva, uma nova maneira de olhar para o problema. É exatamente não ressoando com a energia do problema que você lança uma nova luz nele.
A verdadeira orientação espiritual nunca envolve solucionar o problema dos outros, mas significa ser um farol de luz e percepção para eles, que reflete seus problemas de volta para eles, de uma forma que os capacita a lançar um novo olhar sobre esses problemas. A verdadeira orientação espiritual capacita-os a enxergar significado e valor nos problemas; ela lhes devolve o sentido de livre arbítrio e responsabilidade. Alguma coisa no seu interior toca o coração deles e inspira-os: é a energia do amor; é a energia da aceitação. Desta forma, você lhes oferece a “energia da solução”, não fazendo alguma coisa por eles, mas sendo essa energia. Isto é o trabalho da luz: ser o seu eu natural, estar em paz consigo mesmo e irradiar essa paz para os outros. Não é carregar a carga dos outros nem encontrar soluções para os problemas deles. É levar a energia da solução no seu próprio ser e compartilhá-la abertamente com os outros. Esta é a essência da sua missão na Terra, a essência do que significa “trazer luz”.
Ser fiel a si mesmo, cuidar bem de si mesmo e ouvir a sua intuição são pré-requisitos para ancorar a energia do amor na Terra. É isto que a sua alma quer para você. Sempre que você deixa os outros fugirem com a sua energia, ou doa demais de si mesmo por medo ou necessidade de controle, uma parte da sua luz se exaure e você tem que se recuperar e se curar emocionalmente para restabelecer seu equilíbrio natural e sua vitalidade. Observe como isto acontece no seu dia-a-dia. Quando você está preocupado com outras pessoas, com a forma com que elas o percebem ou com um meio de ajudá-las, e os seus pensamentos ficam girando em círculos, e as mesmas emoções ficam se repetindo, então é porque você caiu na rotina do medo e do controle. Com freqüência você tende a desistir da sua energia porque pensa que está melhorando as coisas ao ajudar pessoas ou ao resolver um problema delas. Mas, preste atenção: a sua contribuição realmente é útil à solução do problema ou ela confirma e assim perpetua o problema? Pergunte a si mesmo se você não está realmente servindo a um ídolo, em vez de servir à sua própria luz interior.
Tentar controlar as coisas geralmente parece correto e sensato, mas em geral é apenas o medo que o força a fazer isso. Com freqüência você se sente cansado e exausto devido às várias funções que você exerce nas diferentes áreas da sua vida, mas em geral você se prende a isso e sente que é obrigado a colocar mais energia ainda nisso. Você pensa que deve isso a alguém, a alguma organização, à sociedade ou até mesmo a Deus. Mas sempre que você se sente emocionalmente exausto, dando demais de si mesmo, é porque realmente está na hora de se liberar e encontrar algum lugar quieto para si mesmo. Está na hora de se desapegar do mundo e se voltar para dentro de si mesmo. Cortar os laços por alguns instantes e re-conectar-se com a sua criança interior é extremamente importante para se manter centrado e equilibrado. Ao se conectar com a sua criança, você também desperta o seu eu angélico, aquele que cuida da criança. Você se conecta com o seu “eu inferior” e com o seu “eu superior” e, sentindo-os internamente e ouvindo-os cuidadosamente, você começa a perceber como eles podem brincar juntos alegremente na sua presença. Fica claro o que você precisa fazer ou buscar para se tornar centrado e em paz outra vez.
ENCONTRANDO E SEGUINDO A SUA PAIXÃO
Todo mundo nasce com uma paixão. Imagine que essa paixão é uma linda rosa vermelha. Imagine que, um pouquinho antes de nascer, você está de pé na beira do céu, segurando essa belíssima rosa vermelha em sua mão. Embora você possa estar hesitando para dar o salto para dentro do reino terrestre, inclusive se perguntando tristemente se você realmente está à altura disso, você percebe um fogo nas profundezas do seu ser, uma paixão que se apresenta a você como a rosa vermelha. Agora imagine que você dá o salto, encarna, e agora você carrega a rosa dentro de você, no seu abdome ou no seu coração. Deixe que a energia da rosa venha a você agora. Permita que a sua paixão original, a sua inspiração se apresente a você neste momento.
Dê uma olhada na rosa. Como é que ela está agora? Tome a primeira imagem que surgir na sua mente. A rosa parece um pouco triste ou murcha, ou está brilhando vibrantemente? Você vê um botão de rosa ou uma flor desabrochada? Ela precisa de alguma coisa de você neste momento? Talvez mais água ou luz solar, ou um pouco mais de amor e atenção? Ou ela quer ser removida para algum outro lugar, para um ambiente mais acolhedor? Imagine que você lhe dá exatamente o que ela precisa, e sinta como isto o afeta no nível interno.
Vermelho é a cor da Terra e do chakra básico ou raiz. Vermelho é a cor da paixão. Geralmente você tem medo da sua própria paixão. Todos vocês têm medo de deixar esse fluxo original se expressar em suas vidas, porque ele vai contra o que a sociedade ou a tradição considera apropriado, correto e sensato. No entanto, em cada um de vocês existe uma paixão original e uma inspiração que são a própria fonte da sua existência aqui e agora. Você não pode realmente se realizar e se inspirar, enquanto não permitir que essa energia flua na sua vida e oriente-a. A essência da entrega como um estilo de vida é a entrega a si próprio, à paixão da sua alma, à inspiração que criou a sua vida presente.
Existem algumas formas de você reconhecer se está conectado com a paixão da sua alma.
1. Sentir inspiração – onde quer que ela flua, é lá que você precisa estar.
Entregar-se como um estilo de vida significa deixar-se guiar pelo que verdadeiramente o inspira. A entrega não é uma energia passiva. Entregando-se àquilo que realmente o motiva e inspira, você abre a porta para um fluxo de energia ativo e animado em seu interior. Para descobrir esse fluxo por si mesmo, você precisa descobrir com que tipo de atividades a sua energia flui naturalmente. Que coisas fazem você se sentir feliz e em paz? Em que tipo de ocupação ou busca você sente que as coisas se movem sem esforço e graciosamente? Qual é a essência dessas coisas ou atividades? Sinta a essência delas – e saiba que pode haver uma variedade de meios através dos quais a essência pode tomar forma.
2. Ser fiel à sua própria natureza – aquilo que você faz naturalmente é aquilo em que você é bom.
Para reconhecer a sua paixão, você precisa entender que ela é sempre alguma coisa que é muito natural para você. É uma coisa, uma atividade ou ocupação, ou uma forma de expressão para a qual você é atraído, na qual você se sente interessado e gosta de procurar alcançar. É alguma coisa íntima e natural para você, quase auto-evidente do seu ponto de vista. Para realizar o seu dom natural, pode ser que você tenha que aprender algumas habilidades ou buscar alguma educação formal, mas, para você, fazer isso será relativamente fácil e alegre. A sua paixão é algo com que as suas capacidades e talentos estão sintonizados; ela envolve atividades nas quais você é bom desde o começo.
3. Manter limites claros e ousar dizer “não” – leve-se a sério.
Você está no fluxo da entrega a si mesmo, se você se leva a sério o suficiente para dizer não para coisas e pessoas que inibem ou cortam esse fluxo. Você só pode seguir a sua paixão, se ousar dizer não para aquilo que não se ajusta a você ou não lhe parece certo. Entregar-se a si mesmo, à sua inspiração exclusiva, implica em ser precoce e teimoso às vezes, em ficar separado e confiar nas mensagens do seu coração, mesmo se as pessoas digam que você é bobo ou insensato. É uma questão de lealdade consigo mesmo. Atreva-se a ser grandioso, atreva-se a fazer uma diferença! Realmente não há outra alternativa, você sabe. A alternativa seria o seu fluxo natural de inspiração ficar emperrado e secar e você começar a se sentir frustrado, vazio, zangado e insatisfeito. Se você não escolhe a si mesmo, você escolhe contra você. Então a energia da rosa – a sua paixão – se recolhe e isto cria problemas psicológicos, como solidão, estranhamento e finalmente depressão. Portanto, atreva-se a dizer não, atreva-se a ocupar espaço, a ocupar um espaço com limites claros. Não tema ser “egotista”, de acordo com os padrões dos falsos deuses.
4. Paciência e ritmo – faça-o passo a passo.
Se você estiver conectado com a energia da sua alma, com a sua inspiração, ela vai clarear o caminho para você, na sua vida cotidiana. As oportunidades (na forma de pessoas ou situações que você encontrar) vão chegar a você num passo e ritmo que lhe sejam convenientes. Se quiser ficar sintonizado com esse fluxo de manifestação, mantenha-se no presente e tome-o passo a passo. Tente não correr na frente de todas as coisas que precisam acontecer para que os seus sonhos e a sua paixão se realizem. A vida cuida de você, você não precisa tomar conta da vida. Simplesmente sinta a sua paixão e coloque-a nas mãos do seu Deus interior. Deixe que o seu anjo interno sustente e tome conta dos desejos e anseios da sua criança interior. Entregue e confie!
Agradeço muito a todos vocês por estarem aqui hoje. É um grande prazer estar com vocês e lembrar que o Eu que está falando isto também representa muito a própria energia de vocês. É a sua própria energia que lhes acena e os convida: atrevam-se a viver, atrevam-se a ser quem vocês são! "

ABRINDO-SE PARA O ESPÍRITO de Jeshua

Salientamos quatro estágios na transição da consciência baseada no ego para a consciência baseada no coração:
1. Estar insatisfeito com o que a consciência baseada no ego tem para lhe oferecer, desejar “algo mais”: o começo do final.
2. Começar a se conscientizar da sua dependência à consciência baseada no ego, reconhecendo e liberando as emoções e pensamentos que a acompanham: a metade do final.
3. Permitir que as velhas energias baseadas no ego morram dentro de você, jogando fora o casulo, sendo seu novo ser: o final do final.
4. O despertar de uma consciência baseada no coração, dentro de você, motivada por amor e liberdade; ajudar outros a fazerem a transição.

Agora nós falaremos do último estágio, que é estágio o quatro: abrindo-se para o Espírito.

Quando você entra no estágio quatro, encontra um lugar de paz e tranqüilidade dentro de si mesmo. Você entra freqüentemente em contato com um silêncio em seu coração, que você sabe que é do Eterno. Tudo o que você vivencia é relativo comparado com este Ser ilimitado e todo-abrangente. Este lugar de paz e silêncio dentro de você também tem sido chamado de Espírito.
Em suas tradições (esotéricas), é feita uma distinção entre espírito, alma e corpo.
O corpo é a morada física da alma por um tempo limitado.
A alma é a âncora não física, psicológica, da experiência. Ela carrega a experiência de muitas vidas. A alma se desenvolve através do tempo e lentamente se transforma numa bela pedra multifacetada, cada face refletindo um tipo diferente de experiência e o conhecimento nela baseado.
O Espírito não muda e nem cresce com o tempo. O Espírito está fora do tempo e do espaço. O Espírito em você é a sua parte eterna, atemporal, que é Una com o Deus que o criou. É a divina consciência, que é a base da sua expressão no espaço e no tempo. Você nasceu de um reino de pura consciência e levou parte dessa consciência consigo, através de todas as suas manifestações na forma material.

A alma faz parte da dualidade. Ela é afetada e transformada por suas experiências na dualidade. O Espírito está fora da dualidade. É a base sobre a qual tudo se desenvolve e evolui. É o Alfa e Ômega, que você pode simplesmente chamar de Ser ou Fonte.

O Silêncio, externo mas especialmente interno, é a melhor entrada para se vivenciar esta energia sempre presente, que é Você no seu âmago mais profundo. No silêncio, você pode entrar em contato com a coisa mais milagrosa e auto-evidente que existe: Espírito, Deus, Fonte, Ser.
A alma carrega memórias de muitas encarnações. Ela sabe e compreende muito mais do que a sua personalidade terrena. A alma está conectada com fontes de conhecimento extra-sensoriais, tais como suas personalidades de vidas passadas e guias ou conhecidos dos planos astrais. Apesar desta conexão, a alma pode estar num estado de confusão, ignorante da sua verdadeira natureza. A alma pode ser traumatizada por certas experiências e, assim, permanecer num lugar de sombra por algum tempo. A alma está continuamente evoluindo e ganhando compreensão da dualidade inerente à vida na Terra.
O Espírito é o ponto imutável dentro desse desenvolvimento. A alma pode estar num estado de sombra ou iluminação, mas o Espírito não. O Espírito é puro Ser, pura consciência. Está tanto na Sombra quanto na Luz. É a Unidade subjacente a toda a dualidade. Quando você chega ao estágio quatro da transformação do ego ao coração, você se conecta com o Espírito. Você se conecta com a sua Divindade.
Conectar-se com o Deus dentro de você é como ser retirado da dualidade enquanto permanece totalmente presente e assentado. Neste estado, sua consciência é preenchida por um êxtase profundo, mas tranqüilo; uma mescla de paz e alegria. Você percebe que não depende de nada que esteja fora de você. Você é livre. Você está verdadeiramente no mundo, mas sem ser do mundo.
Conectar-se com o Espírito dentro de você não é algo que acontece de repente e para sempre. É um processo lento e gradual, no qual você se conecta, se desconecta, se re-conecta... Gradualmente, o foco da sua consciência move-se da dualidade para a unidade. Ela se reorienta, descobrindo que, eventualmente, é mais atraída para o silêncio do que para os pensamentos e as emoções. Por silêncio queremos dizer: estar completamente centrado e presente, em um estado de consciência não julgadora.
Não existem meios ou métodos fixos para se chegar a isso. A chave para conectar-se com o seu Espírito não é seguir alguma disciplina (como meditação ou jejum, etc.), mas realmente compreender. Compreender que é o silencio que o leva ao Lar, não os seus pensamentos ou emoções.
Esta compreensão cresce lentamente, à medida que você vai se tornando mais consciente do mecanismo dos seus pensamentos e sentimentos. Você desapega-se de velhos hábitos e abre-se para a nova realidade da consciência baseada no coração. A consciência baseada no ego dentro de você perde a força e lentamente morre.
Morrer não é algo que você faz; é algo que você permite que aconteça. Você entrega-se ao processo de morrer. Morte é uma outra palavra para mudança, transformação. É sempre assim. A morte é sempre uma liberação do velho e uma abertura para o novo. Dentro deste processo, não existe um só momento no qual vocês “não são”, isto é, no qual vocês estão mortos conforme a sua definição de morte. A morte, como vocês a definem, é uma ilusão. É apenas o seu medo de mudança que provoca o seu medo da morte.
Vocês não temem apenas a morte física, mas também a morte emocional e mental durante a sua vida. Mas sem a morte, as coisas se tornariam fixas e rígidas. Vocês tornar-se-iam escravos dos velhos padrões: um corpo gasto, formas de pensamento antiquadas, reações emocionais limitadas. Isto não é sufocante? A morte liberta. A morte é uma cascata de água fresca que abre à força os portões velhos e enferrujados, e impulsiona vocês para novas áreas de experiência.
Não tema a morte. Não há morte, apenas transformação.
A passagem da consciência baseada no ego para uma vida centrada no coração é, de certa forma, uma experiência de morte. Quanto mais você se identifica com o Espírito, com o Deus dentro de você, mais você libera coisas com as quais costumava preocupar-se ou nas quais colocava muita energia. Você percebe, em níveis cada vez mais profundos, que realmente não há nada para fazer, exceto ser. Quando você se identifica com a sua existência, ao invés de identificar-se com os pensamentos e emoções efêmeros que passam através de você, sua vida é afetada imediatamente. O Espírito não é algo abstrato. É uma realidade que você efetivamente pode trazer para a sua vida. Estar em contato com a mais pura das fontes, finalmente mudará tudo em sua vida. Deus ou a Fonte ou o Espírito é criativo por natureza, mas de formas quase incompreensíveis para você.
O Espírito é silencioso e perene e, todavia, criativo. A realidade do Eu Divino não pode realmente ser captada pela mente. Pode apenas ser sentida. Se você aceita-a em sua vida, e a reconhece como os sussurros do seu coração, lentamente tudo começa a ir para o seu devido lugar. Quando você está sintonizado com a realidade do Espírito – a consciência silenciosa que está por trás de todas as experiências – você deixa de forçar sua vontade sobre a realidade. Você permite que as coisas voltem ao seu estado natural de ser. Você torna-se o seu Ser verdadeiro, natural. Tudo acontece de forma harmoniosa, significativa. Você percebe as coisas se encaixando segundo um ritmo natural, segundo seu próprio fluxo natural. Tudo o que você precisa fazer é estar sintonizado com este ritmo divino e soltar os medos e a má compreensão, que fazem com que você tenha vontade de intervir.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

A LIBERTAÇÃO DO APEGO E DA COBIÇA - Santuário N. Srª do Carmo - Curitiba/PR

"...Desapego não significa doar seus bens e viver debaixo da ponte ou na solidão de uma montanha qualquer. Desapego significa não acumular coisas desnecessárias tanto físicas quanto intelectuais. É bem mais difícil desapegar-se de uma idéia, pensamento ou um sentimento do que de objetos. Apegos se manifestam por coisas, idéias, pessoas e propriedades. O apego é um reflexo do medo. O apego surge da necessidade que temos de nos sentir cada vez mais seguros. Apego é medo e necessidade de segurança extremos. Devemos aprender a olhar sem desejar. É uma práxis, uma virtude. O olhar que apenas olha, não cobiça. O olhar quando acompanhado do pensamento desperta o desejo de posse e projeta a mente para a ação de obter. E a não obtenção do objeto desejado, gera frustração. Dizia um sábio (um monge do deserto) que “Todas as coisas necessárias nos vêm à mão”. Precisamos ter paciência e esperar a hora certa. O que obteremos fora da hora não nos pertence de verdade. Muitas vezes nos tornamos prisioneiros de nossas posses e perdemos nossa paz por causa disto. A paz perde-se, também, quando desejamos coisas que estão fora do nosso alcance. Tudo o que fizeres na vida, deverá partir de um ato de desapego. O apego invalida toda a ação e a torna objeto do ego. A verdadeira riqueza, que é eterna, está dentro de nós. São nossos sentimentos e valores. Desapegar do nosso próprio ego, não é esmagá-lo, humilhá-lo ou destruí-lo. Não é jogar longe, fora , é só abrir a mão, não se prender, nem se centrar somente no ego. Lembremos que antes de desapegar é preciso ter, pois sem ter não há do que se desapegar. Portanto, não se trata de não ter, mas sim, de ter e não se apegar. É muito mais fácil desapegar em tese do que de fato. Sabemos tão bem fazê-lo com aquilo que nós não temos, gerenciando facilmente o desapego que os outros deveriam fazer. Mas, e o nosso? O egocentrismo é colocar o ego como centro. Desapego ao ego é tão simplesmente deixá-lo na periferia do ser, que é o seu importante lugar. O ego é o porta-voz de nossa essência, do si mesmo, mas não a própria voz da essência. O eu, com sua força vital, é porta voz da alma, mas não é a própria alma. É importante termos claro isto. Devemos nos livrar dos pesos, fardos de pecados-desvios, para ficarmos mais leves. É para nós mesmos que o fazemos. É desapego, abrir mão das teimosias, flexibilizar nossa dura “cérvix” do orgulho, amolecendo a carne dura do nosso coração. É liberar-se da obsessão pelos meios como se eles fossem o fim. É entregar-se por completo nas mãos de Deus. É a 'realização do prejuízo' para se projetar e prosperar renovados sonhos de transformação. A arte da fé de entregar-se a DEUS é a sabedoria que nos falta. Como entender o desapego? Pode-se utilizar a imagem de um castiçal para entendermos a importância do desapego e da renúncia em nossas vidas: para utilizar bem um castiçal devemos limpá-lo das velhas velas acumuladas, desapegarmos delas, para que a nova luz brilhe límpida. Assim também, muitas vezes fazemos em nossas vidas. Apegamo-nos em demasiado em nossas antigas velas que já não iluminam mais. Não querendo receber a luz nova..."
http://www.carmo.org.br/portal/index.php?tt=homler&id=11&PHPSESSID=1a61ef7229d4e60da08133bb56bd7836

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

JESUS NASCEU NO ANO 6 OU 7 ANTES DA ERA CRISTÃ de Guilherme Lieven, pastor na Paróquia ABCD

"... Nos relatos bíblicos não encontramos nenhuma referência sobre a data do nascimento de Jesus. Naquela época os calendários eram muito confusos. Os antigos calendários romanos tinham, às vezes, semanas de quinze dias e meses de dez dias, de acordo com a vontade do Imperador reinante. O povo em geral não conhecia as datas de nascimento, casamento ou falecimento. Não existem registros históricos a respeito de "Festas de Aniversário" na Antigüidade.
Sobre o nascimento de Jesus sabemos muito pouco. Ele nasceu antes da morte de Herodes Magno (Mt 2.1; Lc 1.5), que faleceu na primavera de 750 da era romana, quer dizer: no ano 4 antes de Cristo. Conforme estudos o ano mais provável do nascimento de Jesus é 7 ou 6 antes da era cristã.
As primeiras comunidades cristãs não comemoravam o nascimento de Jesus. Somente a partir do ano 350 o Natal começou a ser comemorado no dia 25 de dezembro. Em torno da escolha desta data há uma longa história.
Os Celtas, por exemplo, tratavam o Solstício do Inverno, em 25 de dezembro, como um momento extremamente importante em suas vidas. O inverno ia chegar, longas noites de frio, por vezes com poucos gêneros alimentícios e rações para si e para os animais, e não sabiam se ficariam vivos até a próxima estação. Faziam, então, um grande banquete de despedida no dia 25 de dezembro. Seguiam-se 12 dias de festas, terminando no dia 6 de Janeiro.
Em Roma, o Solstício do Inverno também era celebrado muitos séculos antes do nascimento de Jesus. Os Romanos o chamavam de Saturnálias (Férias de Inverno), em homenagem a Saturno, o Deus da Agricultura, que permitia o descanso da terra durante o inverno.
Em 274 o Imperador Aureliano proclamou o dia 25 de dezembro, como "Dies Natalis Invicti Solis" (O Dia do Nascimento do Sol Inconquistável). O Sol passou a ser venerado. Buscava-se o seu calor que ficava no espaço muito acima do frio do inverno na Terra. O início do inverno passou a ser festejado como o dia do Deus Sol.
A comemoração do Natal de Jesus surgiu de um decreto. O Papa Júlio I decretou em 350 que o nascimento de Cristo deveria ser comemorado no dia 25 de Dezembro, substituindo a veneração ao Deus Sol pela adoração ao Salvador Jesus Cristo. O nascimento de Cristo passou a ser comemorado no Solstício do Inverno em substituição às festividades do Dia do Nascimento do Sol Inconquistável.
Outras curiosidades estão relacionadas com este dia 25 de dezembro. O calendário que adotamos hoje é uma forma recente de contar o tempo. Foi o Papa Gregório XIII que decretou o seu uso através da Bula Papal "Inter Gravissimus" assinada em 24 de fevereiro de 1582. A proposta foi formulada por Aloysius Lilius, um físico napolitano, e aprovada no Concílio de Trento (1545/1563). Nesta ocasião foi corrigido um erro na contagem do tempo, desaparecendo 11 dias do calendário. A decisão fez com que ao dia 4 de outubro de 1582 sucedesse imediatamente o dia 15 de outubro do mesmo ano. Os últimos a adotarem este calendário que usamos foram os russos em 1918.
O fato interessante desta correção é que o Solstício do Inverno foi deslocado para outra data. Dependendo do ano o início do inverno se dá entre o dia 21 e o dia 23 de dezembro. A razão fundamental para a comemoração do Nascimento de Jesus no dia 25 de Dezembro se perdeu com essa mudança no calendário. Mesmo assim o Natal continuou a ser comemorado no dia 25 de dezembro.
Para nós, habitantes do Hemisfério Sul, há menos razões ainda para se comemorar o Natal no dia 25 de dezembro. Nesta data vivemos os primeiros dias do verão e não do inverno. Porém, herdamos as tradições cristãs que vieram do Hemisfério Norte..."

domingo, 23 de dezembro de 2007

SABER A HORA DE ABANDONAR O BARCO

Buda costumava contar muitas e muitas vezes uma estória. Cinco homens estavam passando por uma aldeia. Vendo-os, as pessoas ficaram surpresas, porque eles estavam carregando um barco em suas cabeças. O barco era realmente grande: eles estavam quase morrendo sob o peso dele. E as pessoas perguntaram: "O que vocês estão fazendo?" Eles responderam: "Não podemos deixar este barco. Este é o barco que nos ajudou a vir da outra margem para esta margem. Como podemos deixá-lo? É graças a ele que fomos capazes de chegar até aqui. Sem ele, teríamos morrido na outra margem. A noite estava chegando, e havia animais selvagens na outra margem; com absoluta certeza, pela manha estaríamos mortos. Nunca abandonaremos este barco. Estaremos em débito, por toda a vida: Nós o carregamos sobre nossas cabeças em pura gratidão."

O PODER DA SUA PRÓPRIA CONSCIÊNCIA de Jeshua

... "Se você utiliza ferramentas que o elevem, elas sempre são válidas – seja astrologia, psicologia ou o que for que você use. As caracterizações desses sistemas são perfeitamente válidas. Se um sistema o ajuda a conseguir maior percepção, a contatar a realidade do seu ser superior em seu coração, ou a sua própria luz, então esse sistema é perfeito para você.
Portanto, não há nada de errado com esse tipo de sistema em si. Ele realmente se torna um problema, quando começa a limitar você, quando é propagado como a verdade máxima e é colocado acima da realidade, limitando-a.
Quando você começa a sentir que um determinado sistema de conhecimento é restritivo, é muito importante abandoná-lo. Isto, inclusive, é uma questão de encontrar o seu próprio poder pessoal. É o poder de perceber que instrumentos podem ser muito úteis durante um certo tempo, para um determinado problema, e ser capaz de se desapegar dele, sem sentir necessidade de julgá-lo.
Muitos sistemas psicológicos, incluindo os espirituais, são uma combinação de intuição e pensamento racional. Há sempre uma mistura (este é o aspecto humano de todos os sistemas) entre uma centelha ou verdadeiro impulso vindo da realidade de luz, de um lado, e a mente que tem necessidade de organizar e classificar, do outro lado. E provindos da mente, aspectos menos iluminados podem entrar furtivamente (porque muitas vezes a mente quer que a realidade se submeta a ela, ao invés de ser capaz de “deixar que ela seja”).
É sempre muito importante manter-se consciente da subjetividade da doutrina e manter-se em contato com a sua própria intuição..."

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

FAZENDO POESIA de Lisélia de Abreu Marques


MERGULHAR NAS ÁGUAS DE UM POEMA

Mergulhar nas águas de um poema é mais do que uma benção,
é poder viajar sem estradas e sem horários
pelo mundo do imaginário,
é viver sem medo do anoitecer,
brincando, livremente, com as fadas da imaginação.
É se distanciar para sonhar e encontrar a realidade,
pois toda poesia leva o poeta a viajar por dentro de si mesmo
na ânsia de encontrar o caminho de libertar a própria expressão e,
quando, enfim, encontra este seu caminho, já leve, liberto,
ele desliza pelo verbo e
descansa magicamente
na palavra.

DIAS DE SOL E DIAS DE CHUVA

Não espere me encontrar todo dia igual.
Tenho dias de sol e dias de chuva.
Quando os dias são de sol, sou radiante, segura, perfumada e feliz.
Piso confiante a terra que me acolhe e
rio o riso aquecido de otimismo.
Já nos dias de chuva, choro.
Choro lágrimas de solidão;
Choro com o coração apertado
pela pequenês do alcance da minha imaginação.
Não espere me encontrar todo dia igual,
pois há dias de sol e dias de chuva.
E, muitas vezes, são estas lágrimas
que regam as raízes do girassol que brota em minh'alma.

O TAMANHO

Crescer, crescer até chegar ao céu
e de lá olhar e se sentir só, só entre tantos
e querer se sentir pequeno para de novo ter colo e carinho e
alguém para dizer que nos ama
quando nos sentimos frágeis e sensíveis.
E no sonho de ser grande não achar a essência e
na pequenêz não achar a força;
então pedir, primeiro baixinho, depois com os olhos,
tentar dizer com o coração
e ter esperança de que alguém vai ouvir e ajudar
a não ser tão grande que se perca,
nem tão pequeno que não se firme,
a achar a medida exata
para ser apenas
gente...

HOMENS LATINOS

Rostos agonizantes
Histórias sofridas
De povos outrora vibrantes
Agora oprimidos
Agitam bandeiras
Soam hinos
São homens latinos

SE

O te querer e o não te querer me tomam de assalto
cada vez que te vejo passar todo faceiro
a me sorrir aquele riso gostoso
e aí eu finjo muito mal fingido que não me importo e
que quando olho pro teu lado não é você que quero ver.
Mas, é impossível ignorar este moço bonito que passa e me perturba
e simplesmente fazer de conta que não toca, que não mexe.
Numa última tentativa para disfarçar, volto ao meu caderno
e escrevo palavras que não consigo entender,
pois minha mente vaga longe imaginando como seria se o
"se" não fosse apenas uma conjunção condicional
e de repente se tornasse realidade tudo o que se imagina:
se você me notasse ...
se você me quisesse ...
se você se entregasse ...
se ...
se ...
se ...

NAVEGADOR ERRANTE

Tua alma errante, sem lar e sem destino,
por momentos aporta, quase sem querer, no cais do meu carinho.
Sem âncoras, sequer baixas as velas onde sopram, sempre,
os ventos de outros portos e
o perfume de outras mulheres.
Onde o mistério das possibilidades sopra a te chamar infinitamente.
Neste cais tua alma encontra a minha,
conheço teu cheiro e sabes meu nome.
Em silêncio, tocas onde os meus segredos dormem,
e me tens vagando, entregue, de olhos fechados
tendo por recompensa, o prazer de te ter por apenas um momento,
talvez infinito, talvez saudade, o momento
eternizado
no exato instante
em que te amei.

O ENCONTRO

O destino se encarregou de colocar-me ao teu lado,
o amor me deixou com vontade de nunca mais sair daqui.

QUAL QUER?

-" Qualquer dia te ligo." ele disse.

E eu resmunguei:

Qualquer dia te ligo,
Qualquer dia te vejo;
Qualquer dia te amo...

Qual quer?

Qualquer dia?
Qualquer coisa?
Qualquer vida?

Eu não!

DESCALÇA

Descalça, na areia da praia, marquei meu caminho.
Rumava ao sol,
Deixava o solitário ninho.
No caminho do riso me lancei,
Lembrei teu sorriso e chorei.
Vou só,
trilhando caminho que não trilhei,
espalhando o bem que não espalhei,
tentando esquecer este amor
e o homem a quem amei.

LEMBRANÇAS PERDIDAS

Você é como as lembranças perdidas,
um dia disse adeus e a elas se juntou.

HOJE EU QUERIA SER EU

Hoje eu queria ser mais alta, ter pernas longas,
bem torneadas e bronzeadas.
Queria ter um cabelo castanho
longo o suficiente pra chegar na última costela, que brilhasse e
se mexesse como os cabelos dos comerciais de shampoo.
Queria ter lábios grossos e olhos amendoados e misteriosos.
Queria usar um vestidinho preto curto e esvoaçante com alcinhas,
uma sandália alta e ser toda perfeita, numa morenês irresistível.
Hoje queria me sentir outra.
Esquecer quem sou e me sentir livre,
mais leve, mais jovem, sem me vigiar, ordenar ou cobrar.
Hoje queria ser diferente. Queria acreditar na magia.
Me embriagar de sonhos e viver cada fantasia
como se fosse a mais perfeita realidade.
Hoje eu queria ser eu.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

A IMPORTÂNCIA DAS COISAS de Lisélia de Abreu Marques





As coisas insignificantes só são importantes quando somos tão pequenos quanto elas.
Um microorganismo que viva em uma célula do nosso corpo, acredita que esta célula é o mundo. E pra ele é impossível conceber a existência do organismo humano como um todo, muito menos que este organismo seja consciente, se movimente, se reproduza, pense ou sinta.
Até onde a sua microscópica percepção alcance é o que ele chama de realidade.
Até onde o homem possa conceber vai a sua consciência.

LIBERANDO, DA SUA VIDA, O ESFORÇO de Jeshua

..."O que é pedido a cada um de vocês agora, é que libere esse esforço. Esta é uma época diferente. Esta é a sua época. Você não está aqui para lutar ou se defender, nem para convencer ninguém. Está aqui para se libertar e se entregar ao nascimento de Você, do seu Eu Superior, que estava esperando que isto acontecesse.

Muitos de vocês sentem muito esforço e resistência em suas vidas, como se as coisas não estivessem fluindo facilmente. Se este é o seu caso, você precisa se aprofundar ainda mais em si mesmo e relaxar dentro desse Ser Interior ilimitado, que não é deste mundo. A energia da sua alma está à sua disposição e pode ajudá-lo a se lembrar por que você está aqui agora. Lembre-se como você sabia claramente, antes de mergulhar nesta encarnação, que esta seria uma encarnação profunda e significativa, incluindo as frustrações e dificuldades. Lembre-se que você não veio aqui para lutar, mas para liberar a luta e o esforço e voltar para o Lar. O Lar é aqui e agora, onde a sua consciência se encontra. Onde quer que você esteja, existe a possibilidade de se libertar e liberar o esforço e a luta. Você pode aceitar o espaço onde se encontra neste momento e se desapegar das expectativas. Este é quem você é agora. Coloque-se atrás de si mesmo e conforte-se com o conhecimento de que está muito próximo daquilo que veio fazer aqui. Para chegar lá, você só precisa desistir da sua resistência, da idéia de que precisa chegar em algum lugar através do esforço. Vocês estão tão amarrados ao conceito do crescimento através da dor, que realmente pensam que estão fazendo um bom trabalho quando estão sofrendo, dando duro ou se esforçando, no seu processo de crescimento espiritual. No entanto, principalmente quando se confrontam com energias pesadas e densas do passado, a solução é encontrar o ponto de quietude dentro de si mesmos. Não é “não fazer nada”, mas recolher-se num ponto de neutralidade, de consciência neutra, “apenas sendo”. A partir desse ponto, vocês olharão para si mesmos e não tentarão mudar nada. Simplesmente se permitirão ser.

Uma das coisas que fazem parte do seu último ciclo de encarnações e que ainda estão agarradas em vocês é uma energia forte, masculina, de “fazer”. Muitas vezes vocês foram “guerreiros da luz” que desejavam mudar as coisas para melhor, com muito entusiasmo e paixão. E nisso também foram um tanto autoritários. Agora é pedido a essa energia masculina, voltada para a ação, que se aquiete e entre em um novo equilíbrio com o lado feminino. O aspecto feminino, neste contexto, é o portador da leveza, calma e alegria. Ele lhes diz para seguirem o fluxo dos seus sentimentos, para não focarem demais os resultados, mas sim aquilo que lhes parece certo no momento.

Ao permitirem que a energia feminina entre, vocês vão se perguntar como os fluxos de doar e de receber se relacionam entre si, em suas vidas. Podem vocês fazer o que lhes parece certo, sem se preocuparem com as expectativas das outras pessoas ou as suas próprias exigências internas a respeito de vocês mesmos? Podem realmente cuidar de si mesmos e lhes oferecer tudo aquilo que verdadeiramente desejam em suas vidas? Estas não são perguntas típicas de um trabalhador da luz. Vocês têm se concentrado demais no mundo exterior, desejando mudá-lo, melhorá-lo, etc. “Qual é a minha missão na Terra?” e “Como posso contribuir para um mundo melhor?” – estas são as suas perguntas favoritas. E geralmente abordam estas questões com uma atitude guerreira, que já se tornou parte da natureza de vocês. Para a maioria de vocês, a idéia de que também estão aqui para cuidar de si mesmos, aproveitar e seguir o fluxo da vida, é difícil de engolir! Se você se reconhece nisto, quer dizer que realmente existe um desequilíbrio entre dar e receber na sua vida. Você está doando demais.

Se estiver doando muito, trabalhando pelo bem dos outros e sentindo-se muito responsável pelas necessidades deles, então você está freqüentemente se esforçando e “fazendo” demais. Você tem dificuldade para receber e está perdendo de vista a sua própria condição de ser humano. Provavelmente vai acabar frustrado e vazio. Para equilibrar as energias masculina e feminina, você precisa alcançar aquele fluxo de vida em que se sente inspirado e feliz com o que faz, sem se sentir pressionado a fazê-lo. A pressão indica que você não é livre, que está preso aos resultados. Sempre que sentir pressão, retire-se e vá para a quietude interna.

Especialmente nestes meses – na verdade durante toda a segunda metade de 2007 - muitas coisas estão mudando no nível interno dos trabalhadores da luz e você pode achar difícil encontrar o modo correto de se expressar ou de se manifestar neste momento. Em tempos como este, é mais fácil, leve e sábio permanecer calmo e não fazer demais. Simplesmente sinta o que está se passando no seu interior. Este novo nascimento que você está vivenciando pede muito de você em todos os níveis – emocionalmente, mentalmente e fisicamente – então talvez este não seja o momento de se expressar abundantemente no mundo exterior. Aqui, a chave é entregar-se, e isto é o que a energia feminina realmente é. Você está no caminho certo e podemos lhe assegurar que as mudanças pelas quais está passando não podem acontecer mais rápido do que já estão acontecendo. Principalmente quando você se sente “empacado” e parece que as coisas não estão mais correndo suavemente, isto quer dizer que está havendo grandes transformações no nível interno. Confie nisto e, pelo menos uma vez, pare de se analisar constantemente! Vá com o fluxo e confie..."

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

CAMINHANDO SOBRE A ÁGUA (verificando autoria)


Um certo brâmane eremita construiu sua cabana próximo a um grande rio. Todos os dias uma ordenhadora atravessava o rio numa barcaça para lhe levar o leite que ela mesma ordenhava de suas ovelhas na outra margem do rio. Às vezes ela se atrasava e isso deixava o brâmane aborrecido. A ordenhadora se desculpava dizendo que muitas vezes tinha de esperar pela barcaça que estava do outro lado do rio. - Que grande bobagem, esbravejou o brâmane com desdém. Mas que barcaça que nada. E em seguida disse: com certa hesitação: Filha, uma criatura de fé, com o nome de Deus no coração e nos lábios, é capaz de caminhar sobre as águas de um mar revolto e infinito, de mortes e renascimentos inumeráveis, até a mais distante praia. Será que as pobres águas de um rio podem deter os pés de quem tem fé? A ordenhadora ficou diante do homem santo envergonhada e em silêncio. Em seguida, curvou-se diante dele, tomando um pouco da poeira dos seus pés e colocando-a sobre sua testa. No dia seguinte, a ordenhadora chegou bem cedo e na hora certa e, assim, também todos os dias que se seguiram. O brâmane estava encantado com o seu zelo e, finalmente, perguntou-lhe: - O que aconteceu que você agora tornou-se tão pontual? A garota respondeu: " Mestre, estou fazendo, aquilo que o senhor me recomendou que fizesse. Com o nome de Deus nos lábios e no coração, eu caminho sobre as águas; meus pés não afundam, nem tampouco preciso da barcaça para me atravessar. O brâmane ficou silenciosamente encantado diante do poder miraculoso de Deus na boca e no coração de uma criança tão simples; mas não demonstrou nada do que sentia, apenas disse: -Você faz muito bem em agir assim. Irei com você e observarei o seu caminhar sobre as águas, e eu mesmo caminharei ao seu lado quando atravessarmos o rio". Ele queria observar o milagre acontecendo para a garota; se aquela coisinha jovem podia fazê-lo, então, com certeza, o milagre iria acontecer com ele também. Quando chegaram à margem do rio, os lábios da garota se moviam silenciosamente; olhando para a frente ela sussurrava constantemente o nome de Deus e flutuava leve como uma pluma sobre a água. O rio fluía apressado sob seus pés sem salpicar-lhe as vestes. A sola de seus pés não pareciam tocar as águas. O brâmane, impressionado com o que via, apressou-se em levantar um pouco a bainha de sua túnica e começou a murmurar o nome de Deus à medida que se aproximava da água. Mas não conseguiu acompanhar a menina, que estava sempre adiante como se fosse uma pluma e voasse como um pássaro, e se viu prestes a afundar. A garota notou que isto ia acontecer e começou a rir alegremente, ao mesmo tempo que se distanciava cada vez mais dele, dizendo: - Não me admira, Mestre, que o senhor esteja afundando! Como é que o nome de Deus vai conseguir sustentá-lo sobre as águas quando no próprio ato de invocar o nome Dele o senhor levanta a barra da túnica de medo que ela se molhe?

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

DUVIDANDO DE DEUS de Lisélia de Abreu Marques

Eu acredito que Deus existe, que é legal, mas não encontro no meu coração, segurança para acreditar no que Ele diz. Não acredito quando Ele diz que se eu me entregar à vida não irei morrer. Não acredito que posso confiar sem medo. Não acredito que se eu trabalhar no que gosto serei feliz e sobreviverei. Eu não acredito Nele. Isso significa que não acredito em mim. Que não confio no que digo e penso sobre espiritualidade, sobre fé, sobre o poder de criar o próprio destino. Todas estas coisas que eu acredito com o intelecto, na verdade, não banco com o coração. Eu sei que as coisas que Deus diz e que repito são certas, mas uma coisa é saber intelectualmente, a outra é acreditar. Falta fé. Falta me lançar e acreditar que "andarei sobre as àguas", quando o que eu realmente acredito é que afundarei.
Eu sei que o que eu acredito cria a minha realidade. Então, se eu não acredito, as coisas boas que eu gostaria que acontecessem não vão acontecer. Eu consigo acreditar que posso estragar a minha vida, que posso arruiná-la, que posso criar o meu inferno, mas não me acho hábil para construir o meu paraíso. Existe medo, existe dúvida, existe escuridão e o medo me pára. O medo me tolhe. O medo me assusta com a sua cara feia. O medo é o grande bicho papão. Tenho medo da dor e de sofrer. Tenho medo de morrer. Eu sei que onde existe um medo também existe um desejo. O que significa que se eu temo a dor e o sofrer existe um desejo de dor e sofrimento. Eu temo porque sei que posso criar esta dor e este sofrimento pra mim. De fato, crio. Estrago a minha felicidade por coisas pequenas, não me permito aproveitar os momentos. Mantenho um mau humor e uma crítica de plantão, bem a mão, para olhar procurando, com uma lupa, qualquer coisinha que possa usar para não sentir as coisas boas da vida. Isso é desejar o sofrimento ao invés da felicidade. Faço sem muita clareza, faço meio no automático, faço até por hábito. Que horror! Se eu desejo, mesmo sem ter clareza, a dor, com certeza devo desejar a morte também. Será? Mas tem coisas em mim que eu gostaria que morressem. Gostaria que as minhas exigências de segurança morressem, que a minha falta de fé morresse, que a minha covardia perante a vida morresse, que essa pessoa que eu criei pra "inglês vê" morresse.
Se todas estas partes morressem eu nasceria de verdade. Se eu nascesse, não mais me deformaria ou amputaria a sensibilidade e a capacidade de sentir intensamente. Se eu nascer de novo quero poder florescer em esplendor e dizer não às amarras do medo. Dizer: -Medo, eu desejo que você volte a ser amor. Quero desentortar todas as distorções que criei entortando a verdade. Quando eu nascer de novo, quero dizer sim pra coragem, sim pra fé, sim pra vida.
Eu quero dizer sim pra Deus, quero confiar Nele e me entregar.
Quero ter fé. A fé virá quando eu enfrentar o medo. E eu enfrentarei o medo quando confiar em mim. Então, quando eu acreditar em mim, acreditarei em Deus.
Brasília, 07 de dezembro de 2007.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

O ROMANCE DO TATU (em mensagens de celular) de Lisélia de Abreu Marques


Cadê tu Tatu?
O Tatu não tá aqui
Aqui ninguém viu,
O Tatu sumiu.

O Tatu não sumiu
Tatu tá no mato
Para cá e para lá,
O Tatu topava no ato
Tá no lago Paranoá.

Mas o Tatu não tá,
Eu só posso lamentá,
Sei que Tatu vai voltá
Será que vai ligá?
Tatu é safado,
Diz que tá no mato ocupado
E desde que se foi
Não ligô nem pra dizê oi.

Tatu sente falta
E quer com ela falar
Tatu promete que, sem falta,
De noite vai ligar.


Tatu não é safado,
Ligou conforme o combinado,
Ligou uma, ligou duas, ligou três.
Será que mudou de vez?

Tatu foi com os amigos conversar
E começou a bebericar,
Aí tatu ficou doidão
E não conseguiu chegar ao orelhão.

Tatua já devia imaginar
Que ao Tatu não se pode elogiar.
Ligou uma, ligou duas, ligou três,
Mas não mudou de vez.
Tatu não está doidão
A ponto de não chegar ao orelhão,
Tatu está bem ativo,
Fez até verso criativo!

Tatu ligou uma , ligou duas , ligou três,
Mas não pegou hábito de vez
Diz que faz e acontece,
Mas não é o que parece:
-Te ligo amanhã,
Disse Tatu todo assertivo,
Mas não ligou,
Só enviou verso criativo.

Senti sua falta,
Assumo em voz alta,
Mas durma com Deus,
Deixo aqui meu adeus.
Adeus Tatu.


Brasília, 06 de dezembro de 2007.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

LUTANDO COM A VIDA de Lisélia de Abreu Marques

Tô aqui sofrendo, tá doendo e não passa. Quando as coisas não acontecem como eu sonho, planejo, espero que aconteçam, eu sofro. Eu sintonizo aquela estação de desesperança e dor. Coloco aqueles óculos de lentes cinzas e arrasto as minhas correntes como uma alma penada num castelo mal assombrado. Não porque eu queira sofrer, mas porque dói. A dor acontece quando o que eu queria que fosse bate de frente com a realidade que não é como eu queria que fosse e sim como ela é mesmo. A dor é a tensão entre estas duas forças em choque, em luta. Estou sofrendo porque queria que a vida fosse toda certinha do jeito que eu acho que ela deveria ser. Só que a vida não é. Mas eu não aceito que a vida seja diferente do que eu quero que ela seja. Continuo querendo que a vida seja do meu jeito. Aí eu meço forças com a vida. A força do meu querer contra a força da vida. Quem será que é mais forte, o meu querer ou o querer da vida? É óbvio que a vida, a realidade é mais forte que o meu querer, então eu me revolto, eu me desgasto, eu suo, eu sofro. Eu sei que há coisas que dependem de mim e eu posso fazer acontecer e que há outras coisas que não. Sei que não posso fazer ninguém me amar ou estudar ou mudar de vida. Não posso fazer ninguém largar um vício ou pensar diferente do que pensa. Só a própria pessoa tem este poder. Então eu me deparo com a minha própria impotência e me sinto vulnerável, sem forças para forçar a vida a ser como eu quero que ela seja. Sinto que a vida é a mais forte e eu a mais fraca. A vida lá fora vence e eu, aqui, perco. Aos vencedores à vida, aos perdedores, à morte. Acaba tudo virando uma enorme questão de vida ou morte e eu não posso perder, eu não posso morrer. Então eu parto pra uma luta corpo a corpo com a vida.
Todo mundo sabe que a força com que a gente empurra a parede é a mesma força que a parede imprime de volta na nossa mão. Então quanto mais eu bato na parede, mais a minha mão se arrebenta e dói. O tanto que eu bater na vida é o tanto que eu vou apanhar dela. O tanto que eu relaxar com a vida é o tanto que a vida vai relaxar comigo. O tanto que eu acarinhar a vida vai ser o tanto que ela vai me acarinhar de volta. Então, se eu tô aqui sofrendo é porque estou forçando a minha vontade sobre a vida, querendo dobrá-la custe o que custar. Sendo assim, só me resta então relaxar e baixar a guarda. Eu até posso entender isto. Uma coisa é entender, a outra é querer. Eu entendo que malhar faz bem, mas e daí? Eu até entendo que não posso forçar a vida ou os outros a fazerem a minha vontade, a realizarem os meus desejos, mas como parar de querer isto? Só consigo imaginar um jeito: Se curvando à realidade. Aceitando que há coisas que eu não posso ter do meu jeito. Essa é a realidade e, a menos que eu esteja perdendo a razão e vendo tudo distorcido, é assim que é.
Esta situação me lembra a Oração da serenidade, é bem isto, nela ora-se: Deus, dê-me serenidade para poder aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar aquelas que posso mudar e sabedoria para distinguir umas das outras... Dá-lhe serenidade!!! Dá-lhe sabedoria!!! Ou melhor, dê-me serenidade e dê-me sabedoria. Amém.
Brasília, 04/12/2007.

A VOZ DO SILÊNCIO de Martha Medeiros


"Pior do que uma voz que cala, é um silêncio que fala!"
Simples, rápido! E quanta força!
Imediatamente me veio à cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis pois, você sabe, o silêncio não é dado a amenidades. Um telefone mudo. Um e-mail que não chega. Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca. Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, recusas.
Quantas coisas são ditas na quietude, depois de uma discussão. O perdão não vem, nem um beijo, nem uma gargalhada para acabar com o clima de tensão. Só ele permanece imutável, o silêncio, a ante-sala do fim. É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir, pois ao menos as palavras que são ditas indicam uma tentativa de entendimento.
Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos, expõem suas queixas, jogam limpo. Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados. Quando nada é dito, nada fica combinado. Quantas vezes, numa discussão histérica, ouvimos um dos dois gritar: "Diz alguma coisa, mas não fica aí parado me olhando!" É o silêncio de um mandando más notícias para o desespero do outro.
É claro que há muitas situações em que o silêncio é bem-vindo. Para um cara que trabalha com uma britadeira na rua, o silêncio é um bálsamo. Para a professora de uma creche, o silêncio é um presente. Para os seguranças de um show de rock, o silêncio é um sonho. Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura, o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz.
O único silêncio que perturba é aquele que fala. E fala alto. É quando ninguém bate à nossa porta, não há recados na secretária eletrônica e mesmo assim você entende a mensagem.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

CORAGEM de Lisélia de Abreu Marques

Deus pai e mãe, dê-me forças para desenvolver minha coragem.
Coragem para olhar para dentro e descobrir o que tenho escondido de mim mesma;
Coragem para olhar de frente para estas partes de mim que rejeitei e rejeito ainda;

Coragem pra mudar meus hábitos, principalmente aqueles que me são nocivos, mas me dão prazer;
Coragem para deixar ir o que não me serve mais, o que já teve o seu tempo e função
e que agora carrego como um peso disfuncional;
Coragem para me permitir perder o controle que me limita e
me entregar ao fluxo divino do universo;
Coragem para confiar em Ti e me entregar;
Coragem para me permitir ser feliz;
Coragem para quando todas esses pedidos se realizarem não fugir e me esconder;
Coragem para me revelar a mim mesma e aos outros;
Coragem para ser verdadeira com a vida, com os outros, comigo mesma,
com benevolência e amor;
Coragem para eu me deixar crescer e me tornar aquilo que o Senhor sonhou para mim;
Coragem para fazer o caminho de volta à luz;
Coragem para me desapegar do conhecido e olhar para o desconhecido,
para o novo, com confiança e
Coragem para não desistir desta prece.
Brasília, 18/03/2005.

DEUS É FELIZ de Lisélia de Abreu Marques

Estes dias me dei conta de que Deus era feliz. Fiquei surpresa com esta idéia. Sempre imaginei Deus um cara chato, carrancudo, caxias, pentelho mesmo! Pegando no pé de todo mundo pra que todo mundo fosse certinho. Percebi que esta chata era eu, eu fazendo Deus minha própria imagem e semelhança. Deus era feliz, independente de qualquer coisa, independente da minha projeção, da minha chatice, da minha própria exigência de perfeição. Deus está numa boa, vivendo feliz e curtindo a eternidade numa boa. Esta idéia me trouxe duas conclusões, a primeira: um cara de bem com a vida, só pode ser um cara legal e isto melhorou muito a imagem que eu tinha de Deus. E já que ele é um cara legal, eu quero ser amiga dele. Afinal de contas quem quer um chato carrancudo por perto dizendo que você está errada toda hora? Ninguém. Agora, ser amiga de um Deus gente boa, é outro departamento. A segunda conclusão foi que se ele é bacana e feliz, vai querer que todos se sintam felizes também, vai aprovar a alegria, a festa, a folga, a curtição e todas as coisas que fazem a vida parecer férias. Bom demais. Foi aí que eu esbarrei em outra neura minha. A vida tinha que ser chata pra parecer que estava sendo levada a sério. Olha que loucura!? , mas aí já é outro texto. De insight em insight fui vendo que as cores do mundo que vejo são pintadas pelas lentes dos óculos que escolho usar. Deus não tem nada a ver com isto e eu sempre botava a culpa nele. Nesta hora acho que ele está curtindo muito prazer em ser quem é e viver a vida que vive. Nesta hora, eu queria mesmo, era me sentir a imagem e semelhança Dele e criar pra mim uma vida como a Dele: de prazer, amor, criatividade, felicidade, novidade e tudo o mais que existe de bom. Afinal, filho de peixe, peixinho é. Queria por mais fé no que se diz por aí: " se eu não sou o dono do mundo, pelo menos sou filho do dono", no caso, filha. Uma hora eu chego lá.
Brasília, 03/12/2007.

LONGE DE CASA de Lisélia de Abreu Marques

Acho que a minha primeira pergunta foi: - Por que estou aqui? Não aceitava muito bem a idéia desta vida, deste planeta. Inconformada, não aceitava a idéia de viver aqui. Uma falta de pertencimento, uma nostalgia de algum lugar que não lembro, mas sinto que me é caro. Fui por muito tempo uma estrangeira neste planeta. Às vezes, ainda sinto isto na alma. Por que eu? Por que aqui? Por que agora? Toda a minha vida estas perguntas pairaram sobre mim como fantasmas. Eu procurava as respostas, mas não sabia onde encontrá-las, nem quais eram as perguntas corretas a se fazer.
Vaguei batendo de porta em porta do conhecimento. Contava com a minha inteligência, com a minha persistência e com esta fome de respostas que não me deixava parar de procurar.
Um engano me fazia estudar cada vez mais, o engano de acreditar que a minha fome fosse ser aplacada por um conhecimento que viesse de fora, acreditava que as respostas estavam lá fora e eu iria encontrá-las. Às vezes estudava à exaustão. Mas acho que a minha fome, no fundo não é só de conhecimento, é de alegria. Não ter aceitado, de coração, estar neste mundo talvez tenha aumentado uma angústia que parecia sem fim.
Eu acho que agora entendo porque e pra que eu vim e o que tenho que fazer aqui. Mas meu coração ainda não aceitou estar longe de casa, de uma casa que não sei onde fica, nem como é. Ele sente saudade de um lugar que não lembro, de um povo que desconheço e de uma paz há muito perdida.
Brasília, 03/12/2007.