segunda-feira, 7 de abril de 2008

O ENTERRO DO "NÃO CONSIGO" de Chick Moorman

Esta história foi contada por Chick Moorman e aconteceu numa escola primária do Estado de Michigan, Estados Unidos. Ele era supervisor e incentivador dos treinamentos que ali eram realizados e, um dia, viveu uma experiência muito instrutiva, conforme ele mesmo narrou:
"Tomei um lugar vazio no fundo da sala e assisti à aula. Todos os alunos estavam trabalhando numa tarefa, preenchendo uma folha de caderno com idéias e pensamentos. Uma aluna de 10 anos, próxima a mim, estava enchendo a folha de 'não consigo'. 'Não consigo chutar a bola de futebol além da segunda base', 'não consigo fazer divisões longas com mais de três números', 'não consigo fazer com que a Debbie goste de mim.' Caminhei pela sala e notei que todos estavam escrevendo o que não conseguiam fazer. 'Não consigo fazer 10 flexões', 'não consigo comer um biscoito só.'
A essa altura, a atividade despertara minha curiosidade, e decidi verificar com a Professora o que estava acontecendo. Percebi que ela também estava ocupada escrevendo uma lista de 'não consigo'. Frustrado em meus esforços para determinar por que os alunos estavam trabalhando com negativas em vez de escrever frases positivas, voltei para o meu lugar e continuei minhas observações. Os estudantes escreveram por mais 10 minutos. A maioria encheu sua página. Alguns começaram outra.
Depois de algum tempo, os alunos foram instruídos a dobrar as folhas ao meio e colocá-las numa caixa de sapatos vazia que estava sobre a mesa da Professora. Quando todos os alunos haviam colocado as folhas na caixa, Donna, a Professora, acrescentou as suas, tampou a caixa, colocou-a embaixo do braço e saiu pela porta do corredor. Os alunos a seguiram. E eu segui os alunos. Logo à frente, a Professora entrou na sala do zelador e saiu com uma pá. Depois seguiu para o pátio da escola, conduzindo os alunos até o canto mais distante do playground. Ali começaram a cavar. Iam enterrar seus 'não consigo'! Quando a escavação terminou, a caixa de 'não consigo' foi depositada no fundo e rapidamente coberta com terra. Trinta e uma crianças de 10 e 11 anos permaneceram em pé, em torno da sepultura recém-cavada.
Donna, então, proferiu louvores:
'Amigos, estamos hoje aqui reunidos para honrar a memória do 'não consigo'. Enquanto esteve conosco aqui na Terra, ele tocou as vidas de todos nós, de alguns mais do que de outros. Seu nome, infelizmente, foi mencionado em cada instituição pública, escolas, prefeituras, assembléias legislativas e até mesmo na Casa Branca. Providenciamos um local para o seu descanso final e uma lápide que contém seu epitáfio. Ele vive na memória de seus irmãos e irmãs 'eu consigo', 'eu vou' e 'eu vou imediatamente'. Que 'não consigo' possa descansar em paz e que todos os presentes possam retomar suas vidas e ir em frente na sua ausência. Amém'.
Ao escutar as orações, entendi que aqueles alunos jamais esqueceriam a lição. A atividade era simbólica: uma metáfora da vida. O 'não consigo' estava enterrado para sempre.
Logo após, a sábia Professora encaminhou os alunos de volta à classe e promoveu uma festa. Como parte da celebração, Donna recortou uma grande lápide de papelão e escreveu as palavras 'não consigo' no topo, 'descanse em paz' no centro e a data embaixo. A lápide de papel ficou pendurada na sala de aula de Donna durante o resto do ano. Nas raras ocasiões em que um aluno se esquecia e dizia: 'não consigo', Donna simplesmente apontava no cartaz o 'descanse em paz'. O aluno, então, lembrava-se de que 'não consigo' estava morto e reformulava a frase.
Naquele dia, aprendi uma lição duradoura com Donna. Agora, anos depois, sempre que ouço a frase 'não consigo', vejo imagens daquele funeral da 4.ª série. Como os alunos, eu também me lembro de que 'não consigo' está morto."
E você, que tal enterrar todos os seus "não consigo"?

MEU MAIS NOVO MESTRE de Lisélia de Abreu Marques

Desde que o Tuty, um cãozinho mestiço da raça Lhasa apso, passou a morar lá em casa, tem mexido com a vida de todos nós. Aquela pequena bolinha de pêlos andando pela casa. Tão fofo! Eu brincava chamando-o de hamster e era preciso cuidado pra não pisar nele. A alegria sempre presente, a brincadeira, os carinhos; é bom estar perto dele. Ele me parecia sempre feliz. Então comecei a prestar atenção nele e tentar descobrir o segredo de sua felicidade. Comecei a perceber que o Tuty vivia apenas o momento presente. Observei como ele se comportava: às vezes em que o deixava preso por algum tempo e depois o soltava, ele vinha correndo todo feliz, cheio de amor pra dar, saltando e comemorando a liberdade readquirida; ele não demonstrava raiva nem guardava rancor por ter estado preso, não ficava se lamentando ou reclamando. Ele curtia o momento da liberdade. Enquanto preso ele não ficava triste e choroso por estar preso, ele encontrava alguma coisa que o agradasse fazer e fazia; brincava com uma bola, rasgava papel, mordia alguma coisa, bebia, comia, dormia. Ele encontrava algo que fosse bom pra ele naquele momento e vivia aquele presente.
Hoje, eu estava angustiada buscando um propósito maior pra minha vida e pensei no meu mestre cachorro, como ele lida com o seu propósito de vida. Ele não tem um propósito de vida, ele se entrega ao propósito que a natureza tem pra ele. Ele simplesmente se entrega à vida. Ele não se preocupa se vai ter ar pra respirar na próxima inspiração, ele respira, ele confia. E vai vivendo momento a momento como se fosse o único.
Fico pensando no Tuty’s life style. Ele não fez terapia, ele não estudou filosofia. Eu imagino que o segredo da felicidade do Tuty seja simplesmente estar conectado com a natureza, com a Divindade; Ele faz parte do todo, faz parte da natureza e é guiado por ela. Já nós, seres humanos (com ego), na nossa busca por controle e poder, resolvemos nos afastar da natureza, resolvemos dominá-la e controlá-la e pelos resultados que se mostram em toda parte, eu acho que não foi uma boa idéia. No nosso anseio de vencer a dor e a morte criamos uma vida muitas vezes neurótica, sozinha, em guerra. Imagino que pra eu recuperar a conexão que o meu cãozinho tem com a natureza terei que fazer um longo caminho de volta. Terapia, filosofia, e todos os outros “...ia” necessários para desconstruir as defesas, as torres, as estruturas artificiais que criamos para nos sentirmos seguros em nossa fortaleza de solidão, criada a partir do afastamento da natureza que, aliás, ainda, estamos destruindo todos os dias.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

VIDA de Charles Chaplin


Já perdoei erros quase imperdoáveis,

tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis.

Já fiz coisas por impulso,

Já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas
também decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger,

Já dei risada quando não podia,

Já fiz amigos eternos,

Já amei e fui amado, mas também já fui rejeitado,

Já fui amado e não soube amar.

Já gritei e pulei de tanta felicidade,

Já vivi de amor e fiz juras eternas, mas "quebrei a cara" muitas vezes!

Já chorei ouvindo música e vendo fotos,

Já liguei só pra escutar uma voz,

Já me apaixonei por um sorriso,

Já pensei que fosse morrer de tanta saudade e...
...tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo) !
Mas sobrevivi! E ainda vivo! Não passo pela vida... e
você também não deveria passar. Viva!!!

Bom mesmo é ir a luta com determinação,

Abraçar a vida e viver com paixão,

Perder com classe e vencer com ousadia,

Porque o mundo pertence a quem se atreve

E A VIDA É MUITO para ser insignificante.