terça-feira, 22 de janeiro de 2008

SOBRE UNIDADE E DUALIDADE de Lisélia de Abreu Marques

Todos nós vivemos dentro da dualidade, classificando tudo de bom ou mau, certo ou errado, prazer ou dor, mocinho ou bandido, feio ou bonito, etc.
Faz parte da natureza humana. Da natureza do ego. Mas não precisa ser assim, mais além das polaridades, há o estado unificado de consciência, onde não existe o controle do ego. Onde a ilusão se desfaz.
O ego fortalece o poder dele através do medo e do controle. E um ego fortalecido, no mau sentido, fortalece a dualidade.
Identificados com o nosso ego, com a nossa personalidade, acreditamos que temos que controlar tudo senão a vida desmorona. E quanto mais nos esforçamos para manter tudo sob controle, mais stress sentimos. Temos medo de que se não estivermos controlando a vida, "as coisas", sofreremos conseqüências desagradáveis e até mesmo a morte. Acreditamos que a segurança está no controle, na vigilância.
Nos mantemos sempre alertas, em guerra com o mundo lá fora, achando, que o mundo lá fora é que está em guerra com a gente.
Estar sempre em alerta é a mais clara definição de stress.
Um "remédio" para as polaridades (que fazem as coisas parecerem inconciliáveis, tipo: ou isto ou aquilo, ou eu ou ele, ou o campo ou a cidade, ou nós ou os outros, ou a saúde ou a doença, ou a riqueza ou a pobreza, ou perdedor ou vencedor, ou vida ou morte, etc.) é a entrega, a confiança, a fé na Vida, que em última instância é a fé na gente mesmo, posto que a nossa vida não existe sem nós.
Relaxar e entregar o controle sobre as variáveis ajuda a equilibrar a nossa alma, e uma alma em equilíbrio, traz saúde ao corpo.
Deixar a vida nos levar de encontro ao Grande Rio da Vida e nele flutuarmos com a correnteza, sem luta, e sim em harmonia com o universo só faz bem.
Abandonar a dualidade e aderir à unidade, ao todo, começa por não acharmos que o outro é o outro, e sim que todos somos um só.
Um só planeta, uma só humanidade.
Unidade é a união das polaridades, é o caminho do meio, o ponto zero, o equilíbrio. Tomando como exemplo uma corda, diria que cada ponta seria uma polaridade da dualidade, e o meio exato, a unidade. E todos estes aspectos juntos seriam, ainda assim, a mesma corda.

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