sábado, 26 de janeiro de 2008

MEDO e RAIVA de Lisélia de Abreu Marques

Ao longo de milhões de anos de evolução, desenvolvemos mecanismos de defesa que asseguraram a preservação da nossa espécie. Sob ameaça nosso corpo coloca-se em estado de alerta e aciona vários mecanismos que provocam, entre outras reações, o aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos. A respiração acelera, aumenta a capacidade de coagulação do sangue e a energia dos músculos aumenta. Estas mudanças, entre outras, preparam o corpo para fugir ou lutar.
Em face de uma ameaça podemos lutar contra ela ou fugir dela. A ameaça da qual nos defendemos pode ser real - um ataque de um cão violento, um assalto, um perigo imediato - ou imaginária. Uma ameaça imagiária pode ser a presença de um colega muito competente que está chamando a atenção do chefe, por exemplo.
As reações de luta e fuga estão diretamente ligadas à raiva e ao medo. Quando sentimos raiva, lutamos.
Quando sentimos medo, de modo geral, fugimos. Quase sempre é o medo de se ferir, de sofrer e de morrer.
A raiva geralmente encobre uma dor. Ao longo da vida, somamos feridas emocionais, na sua maioria, ainda abertas. Estas feridas quando tocadas por palavras e/ou atitudes doem. Então, nos sentimos ameaçados e podemos responder com a raiva. Por baixo de uma raiva há uma dor. Às vezes nos distraímos com a raiva e não notamos a dor que está por tras dela. Muitas vezes, uma dor tão intensa, que reagimos imediatamente atacando o outro pra nos defender. É importante perceber esta dor. Não deixar que a raiva nos distraia. É bom lembrar que não apenas quem sente medo sente-se ameaçado; quem sente raiva também sente-se ameaçado, sente a dor e ataca de volta.

2 comentários:

Unknown disse...

Muito bem escrito, minha irmã mais velha, é psicanalista e pedagoga, ela ja havia me falado algumas coisas a respeito desse sentimento, que por sinal as palavras são muito parecidas

Meu parabéns pelo texto esclarecedor

Unknown disse...

Muito bem escrito

Parabéns