sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

OS TRÊS NÍVEIS DE REALIDADE de Lisélia de Abreu Marques

Esta manhã, depois de levar os meninos para a escola, voltando pra casa, resolvi pedir orientação ao meu eu superior.
No entanto uma voz interna disse: “Você agora resolveu ficar pedindo orientação pro eu superior. Você não pode resolver as coisas sozinha? Fica nesta dependência.”
Então eu pensei sobre este comentário. Pensei que é positivo e desejável manter o máximo contato possível com o eu superior. Estar em contato com ele. Manter um canal de comunicação. Aí veio um sentimento: "vou deixar de ser eu se ficar seguindo o eu superior". Então, identifiquei de quem era a voz interior. Era o meu ego. E pensei: Quem sou eu de verdade? Eu sei que o ego deve se integrar ao eu superior e que o eu superior que é o ser primeiro. Mas senti o medo da fusão e do aniquilamento. Senti que o ego estava temoroso. E pensei que é assim que as coisas devem ser. Que quando me “fundir”, me integrar ao meu eu superior, que afinal de contas sou eu mesma, não será outra pessoa me dominando, serei eu mesma mais plena. Acalmei meu ego e prossegui.
Com esta pequena experiência percebi minha identificação com o ego. Percebi o meu eu observador e percebi que trato o eu superior como “ele”. Não me senti o meu eu superior.
Hoje, a minha consciência, sediada no ego, está predominantemente no primeiro nível - envolvida pelo que eu acredito que existe. Ainda está fazendo escavações e pesquisas arqueológicas. Ainda está com uma lanterna entrando na névoa densa e indefinida dos conceitos equivocados e inconscientes. Estou buscando descobrir a verdade sobre mim. Adentrar ao segundo nível de realidade – ter consciência do que de fato existe. Quando estiver com os dois pés no terceiro nível – aquilo que poderia existir - não chamarei mais o meu eu superior de “ele”. Direi apenas “eu”.

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